O leitor Romário Santos Neves, jovem estudante de São Cristovão, bairro de Salvador, pergunta-nos se achamos que as fake news, tão discutidas nesta campanha e tema ontem (4) da redação do UNEM, se as mesmas vieram para ficar ou tem remédio.
Meu caro Romário, a sua idade, 19 anos, carece de algumas observações mesmo. De saída, as fake news nunca saíram, sempre estiveram. É o novo nome da velha mentira, que nos meus tempos de juventude também chamavam culhuda. Sempre presente na alma humana, muitas vezes, não de agora, até muito bem engendradas como armas de guerra, bélicas e políticas.
É claro que a fake só lesa. Lesa o compromisso com a narrativa o mais fiel possível, o interesse público e a consciência de quem faz.
Na mídia convencional nós temos várias grandes fake que passaram como verdade e causaram danos visíveis a terceiros. Um caso famoso é o de Ibsen Pinheiro, gaúcho, presidente da Câmara com decisiva participação no impeachment de Fernando Collor e na cassação dos Anões do Orçamento, acusado em novembro de 1993 de também ser um anão, embolsando R$ 1 bilhão.
Ibsen foi cassado, espezinhado e só dez anos depois o jornalista confessou que era mentira. Agora, com a sociedade em rede, as fake têm uma desvantagem, logo elas caem, mas numa guerra, como uma campanha eleitoral, até explicar que lagartixa não é jacaré, a vaca já foi para o brejo.
Por Levi Vsconcelos