A plataforma de rede social que na semana passada deflagrou uma operação contra redes de fake news e perfis falsos em diversos países do mundo agora considera banir anúncios de caráter político antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, que ocorrem em novembro, segundo a agência de notícias Bloomberg. Depois da ação que atingiu redes nos Estados Unidos, Ucrânia e países da América Latina, inclusive o Brasil, com a derrubada de uma rede ligada a gabinetes do presidente Jair Bolsonaro, sua família e aliados, o Facebook tem sido elogiado pelo esforço contra a manipulação política e fake news na plataforma.
De acordo com a agência de notícias, há conversas internas na empresa para proibir o tipo de anúncio, já banido por plataformas como o Twitter, mas nada pode ser considerado concreto, já que o próprio presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, não se mostrou disposto a banir anúncios políticos no ano passado.
A rede social inicia o tipo de discussão no contexto de um boicote sofrido nos últimos dias pela empresa, liderado pela campanha Stop Hate For Profit e integrado por mais de 900 marcas, que pressiona pela mudança das políticas de remoção de conteúdo relacionadas a publicações com discurso de ódio e desinformação. Companhias como Adidas, Ben & Jerry’s, Best Buy, Coca-Cola, Ford, Honda, Microsoft, Puma, Starbucks, Unilever, Vans, Verizon e Volkswagen, anunciaram a suspensão de anúncios na rede social nos últimos dias.
O Facebook já tinha promovido uma atualização que permitia que usuários optassem por não receber mais propagandas políticas em seu feed de notícias. Segundo a Bloomberg, a proibição dos anúncios pode se dar de forma estratégica, retirando as publicidades alguns dias antes das eleições ou apenas por um período determinado.