A Meta disse nesta segunda-feira (9) que está removendo de suas plataformas conteúdo de apoio ou exaltação ao ataque contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, por manifestantes bolsonaristas no domingo (8), informa a Reuters.
Dezenas de milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, de direita, depredaram o Palácio do Alvorada, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal em um ataque que durou mais de três horas na véspera.
“Antes da eleição, designamos o Brasil como um local temporário de alto risco e removemos conteúdo que defendia que as pessoas pegassem em armas ou invadissem o Congresso, o palácio presidencial e outros prédios federais”, disse um porta-voz da Meta, controladora do Facebook e do Instagram.
“Também estamos designando isso como um evento de violação, o que significa que removeremos o conteúdo que apoia ou exalta essas ações”, disse o porta-voz. “Estamos acompanhando a situação ativamente e vamos continuar removendo conteúdo que viole nossas políticas.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse em 1º de janeiro depois de derrotar Bolsonaro no segundo turno da eleição em outubro, encerrando o governo brasileiro mais à direita em décadas.
Bolsonaro se recusou a aceitar a derrota e grupos golpistas têm se organizado por redes sociais e plataformas de mensagens, como Twitter, Telegram, TikTok, YouTube e Facebook, para organizar atos terroristas como os perpetrados na véspera.
O ministro do STF Alexandre de Moraes ordenou que as redes sociais bloqueiem os usuários que divulgam conteúdo golpista.
A invasão das sedes dos Três Poderes no domingo foi planejada há pelo menos duas semanas por apoiadores de Bolsonaro através de grupos em plataformas de mensagens como Telegram e Twitter.
Mensagens vistas pela Reuters ao longo da semana mostraram integrantes desses grupos organizando pontos de encontro em diversas cidades do país, de onde sairiam ônibus fretados para Brasília, com a intenção de atacar prédios públicos.
Durante o ataque do Capitólio por apoiadores de Donald Trump, em janeiro de 2021, as empresas de mídia social foram criticadas por não fazer o suficiente para impedirem a organização dos grupos terroristas simpatizantes do ex-presidente norte-americano, um aliado de Bolsonaro, que está na Flórida, desde o final do ano passado.