“O PCC é o grupo criminoso que mais cresce no mundo atualmente”, diz o promotor Márcio Sérgio Christino, que investigou a facção e é autor do livro “Laços de Sangue”
O Primeiro Comando da Capital (PCC), a mais poderosa e ameaçadora das facções criminosas do país, com quase 30 anos de existência, está passando por um momento de ajustes e de expansão. Eles faturam bilhões de reais por ano e são mais de trinta mil soldados/membros, além de 2 milhões de simpatizantes ou funcionários de baixo escalão. Um verdadeiro exército, maior do que as maiores nações do mundo.
A Polícia Federal tem informações de que o PCC, já financia a formação acadêmica de jovens dispostos, segundo a revista Veja, a entrarem na política e, claro, rezarem a cartilha de Marcola, seu líder que está preso.
Diversas células do PCC estão espalhadas nas capitais, inclusive em Salvador, e já estariam selecionando seus futuros candidatos. Eles irão disputar as eleições para deputados estaduais e federais em 2022, mas o foco principal da facção criminosa é conquistar o máximo que puderem nas mais de 5.500 Câmaras de Vereadores e Prefeituras do Brasil em 2024.
Segundo informações, os selecionados estariam aprendendo sobre políticas publicas. O que impressionou alguns do setor de segurança pública, foi a maneira que o PCC está doutrinando seus futuros políticos. Ao invés de comprar políticos, eles preferiram formar os seus próprios, pois seriam extremamente fieis a facção.
Estes jovens selecionados estariam aprendendo como agir e como todo bom político deve ter um intenso e verdadeiro sentimento por aquilo que faz. Esta é a principal característica de um político e é isto que eles aprenderam para fazer a diferença e conquistar os votos. Eles estão tendo conhecimento intelectual daquilo que o povo precisa e este conhecimento deve ser sempre crescente, a favor do povo. Os criminosos aprenderam que um bom gestor não é aquele que propõe inúmeros projetos, mas aquele que sabe focar no que é necessário para a maioria, a mesma maioria que os elegerão.
Projeto eleitoral
Em parte, a movimentação no PCC, que também se classifica como “partido”, pode estar associada às próximas eleições. Ao mesmo tempo em que busca adesões entre os detentos, a facção quer também ter maior presença institucional fora das cadeias.
Sem contar com o potencial de votos dos 726 mil presos que existem no Brasil, segundo levantamento do Ministério da Justiça. Cerca de 42% desse total, 300 mil pessoas, podem votar. São presos provisórios, ainda não condenados, que mantêm os direitos políticos.