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terça-feira 11 de agosto de 2020 às 11:55h

Fábio Vilas-Boas alerta para casos de pessoas com Covid-19 que morreram em casa

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O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, alertou nesta terça-feira (11) para casos de pessoas com Covid-19 que morreram em casa, antes de procurarem um hospital.

Em entrevista ao jornal da Manhã da rede Bahia, ele fez um apelo para que a população, principalmente pessoas do grupos de risco, procurem as unidades de saúde antes do estado de saúde agravar.

“As pessoas simplesmente não buscam os serviços de saúde. Nós tivemos casos de pessoas que faleceram no domicílio, sem ter sequer dado tempo de buscar o sistema de saúde quando começaram a passar mal. Estamos então, há uma semana, entrando em contato com secretários de saúde de todo o interior, fazendo um apelo para as pessoas”.

“Quando tiverem qualquer sintoma sugestivo de coronavírus, que procurem o sistema de saúde antes de agravar. Procurem a emergência de seu município, unidades de pronto atendimento, unidades de pronto atendimento de Covid”.

Vilas-Boas apelou também para que médicos se antecipem e internem pessoas desses grupos de risco, para tratar a Covid-19 antes que o quadro de saúde piore e evolua para morte.

“Peço que os médicos dessas unidades se antecipem e procurem internar as pessoas mesmo com sintomas mais leves, se elas pertencerem aos grupos de risco, como pessoas mais idosas, diabéticos, hipertensos, portadores de doenças pulmonares, renais, para que a gente possa intervir”.

“Não tem sentido a gente estar com leitos de UTI e de enfermaria sobrando e as pessoas sem terem acesso ao sistema”.

O secretário falou também sobre o aumento da média móvel de mortes no estado. De acordo com ele, além da população estar morrendo em casa, sem procurar as unidades de saúde, os municípios pequenos do estado estão com atraso no lançamento dos óbitos no sistema, o que causa um “represamento” dos dados, ou seja: grande parte das novas mortes registradas é antiga.

“Temos dois fenômenos que explicam o aumento. O primeiro é uma interiorização da doença, que vem atingindo municípios de pequeno porte e alguns distritos. Isso tem se traduzido sobre uma maior dificuldade de acesso dessas pessoas ao sistema de saúde. A segunda razão é que esses mesmos municípios possuem estruturas menos sofisticadas, menos complexas de vigilância. Tem havido óbitos que estão demorando de ser lançados no sistema de notificação oficial do Ministério [da Saúde]. O que está acontecendo é que, como o sistema demanda um treinamento maior, os óbitos acontecem e não aparecem”, explicou Vilas-Boas.

O secretário detalhou ainda que foi iniciada uma força-tarefa para atualizar o sistema de registro das mortes e diminuir a subnotificação dos dados relacionados à Covid-19.

“Há dez dias, nós iniciamos um mutirão e colocamos profissionais da Secretaria Estadual de Saúde, profissionais do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde, em contato telefônico diário com todos os municípios do estado, pedindo para que eles notifiquem, ensinando eles a preencher o sistema de notificação oficial e, ao longo desses dias, óbitos antigos, alguns ocorridos há mais de 30 dias, começam a ser notificados. Quando ele é notificado, o dia da notificação é computado como o dia que o caso de óbito novo aconteceu”, pontuou.

“É importante, em um momento como esse, que começa a haver uma mudança do padrão da pandemia, que nós observemos também a data efetiva de ocorrência do óbito”.

No último boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), na noite de segunda-feira (10), mais de quatro mil mortes por Covid-19 já tinham sido registradas. O número total de casos confirmados na Bahia passa de 194 mil.

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