No melhor agosto desde 2017, as exportações baianas registraram US$ 870,7 milhões, valor 69,5% superior ao registrado em igual mês de 2020. O bom desempenho do último mês continuou a ser puxado pelos preços, que tiveram alta média de 47% frente a agosto do ano passado, contra um aumento de 15,3% no volume embarcado. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).
No acumulado do ano, as exportações baianas alcançaram US$ 6,24 bilhões, o que representou um crescimento de 25,8% comparado a igual período do ano anterior. As taxas de crescimento das vendas externas têm sido expressivas, ajudadas por bases baixas de comparação, mas também pela elevação dos preços de commodities, mas que devem ter uma inflexão a partir de setembro, já que o cenário mundial vem mudando.
Ainda assim, o setor externo da economia baiana tem sido uma das principais fontes de dinamismo para o crescimento recente da economia, gerando oportunidades de negócios para as empresas, com efeitos domésticos positivos na geração de riqueza e renda.
Em agosto, todos os segmentos importantes da pauta de exportações baianas tiveram crescimento frente ao mesmo mês de 2020, com destaque para a soja e seus derivados – setor líder da pauta, com US$ 321,4 milhões em vendas e crescimento de 76,5%. No ano, os embarques do setor chegam a 3,5 milhões de toneladas, 13,8% acima do mesmo período do ano passado, enquanto as receitas de US$ 1,58 bilhão acusam incremento de 55,2% ou o equivalente a ¼ do total das exportações baianas.
A indústria extrativa e de transformação, também teve bom desempenho no mês passado com vendas de US$ 428,7 milhões e crescimento de 68,1%. Destacaram-se as exportações de produtos metalúrgicos (+110,8%); químicos (+69,7%); derivados de petróleo (46,1%) e papel e celulose (39,2%).
As importações continuaram recuperando o terreno perdido em 2020, fortalecidas pela retomada da atividade econômica. Alcançaram US$ 621,8 milhões em agosto, o que representa uma alta de 102,3% frente a igual mês do ano anterior. No ano, as compras externas baianas atingem US$ 4,84 bilhões com crescimento de 56,7% sobre o mesmo período de 2020.
No caso das importações, o resultado é influenciado principalmente por um aumento nas quantidades compradas. Houve avanço de 101,3% no volume desembarcado no mês e de 59,6% no acumulado do ano.
Mesmo com o aumento nas compras de bens intermediários (insumos e matérias primas) em 81,8 % no mês, a alta foi puxada mais uma vez pelos combustíveis (363,6%) principalmente de GNL – Gás natural liquefeito (100%) e de Nafta para petroquímica (79,6%). Nos bens intermediários, destacaram-se as compras de minério de cobre com aumento de 1.573%; trigo (20%); fertilizantes (72,8%); cacau em grão (100%) e óleo de palmiste (38,5%).
Com o resultado de agosto, a balança comercial da Bahia acumula um superávit de US$ 1,4 bilhão em 2021, contra um saldo maior – US$ 1,87 bilhão, registrado em igual período do ano passado. As exportações somam US$ 6,24 bilhões com alta de 25,8% e as importações em US$ 4,84 bilhões com incremento de 56,7%. A corrente de comércio atingiu US$ 11,1 bilhões com crescimento de 37,6%.
Balança comercial | ||||
Bahia | ||||
Jan./Agosto – 2020/2021 | ||||
(Valores em US$ 1000 FOB) | ||||
Discriminação | 2020 | 2021 | Var. % | |
Exportações | 4.957.476 | 6.235.182 | 25,77 | |
Importações | 3.086.360 | 4.837.153 | 56,73 | |
Saldo | 1.871.116 | 1.398.030 | -25,28 | |
Corrente de comércio | 8.043.836 | 11.072.335 | 37,65 | |
Fonte: MDIC/SECEX, dados coletados em 06/09/2021 | ||||
Elaboração: SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia | ||||
Obs.: importações efetivas, dados preliminares | ||||