O ano iniciou com crescimento das vendas externas do estado, demonstrando uma reação já acusada em dezembro de 2023, quando cresceu 6,8%, depois de nove meses de quedas consecutivas. As exportações baianas em janeiro atingiram US$ 835,2 milhões, o que representa uma alta de 14,1%, em relação a janeiro do ano passado. Foi, também, o maior resultado para janeiro em toda a série histórica, iniciado em 1997, com exceção de 2022, ano em que as exportações baianas bateram seu recorde histórico.
As importações somaram US$ 680,3 milhões, com queda de 30,4% no comparativo anual. Com esses resultados, o saldo positivo da balança comercial do estado chegou a US$ 154,9 milhões, ante um déficit de US$ 246,1 milhões em janeiro/23, enquanto que a corrente de comércio, soma de embarques e desembarques, alcançou US$ 1,52 bilhão (queda de 11,4%).
As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan), a partir da base de dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). As exportações em janeiro mantiveram até maior dinamismo que no mês anterior, com vendas alavancadas, dessa vez, tanto por incremento da quantidade embarcada que cresceu 4,5%, quanto via preços que também subiram em média 9,2%, em ritmo até superior ao registrado em dezembro que foi de 6,8%.
A maior contribuição veio da valorização dos derivados de petróleo cujas cotações estão aquecidas no mercado internacional (21%) – embora a quantidade embarcada continue em declínio (-61,3%); do setor petroquímico, que se beneficia da esteira da valorização do petróleo (2,3%) e do algodão cujos preços aumentaram 4,1%, todos no comparativo interanual. As exportações agropecuárias subiram 80,3% em janeiro (US$ 375,2 milhões) em relação ao mesmo mês do ano anterior devido ao grande incremento nos embarques de soja (177%), mesmo com uma queda de preços de 6% no comparativo interanual.
O ano de 2024 começa com um ritmo aquecido nas exportações de commodities agrícolas – algodão com aumento de 125%; café e especiarias (57%); frutas (53%), mas com um quadro de declínio dos preços dos grãos, principalmente soja, milho e café. Para 2024, esta é a maior incerteza em relação ao desempenho positivo das exportações estaduais, já que há uma redução prevista de 9,1% da safra de grãos, sendo esperada queda nos embarques de milho e em quantidade menor nas de soja.
No caso da indústria extrativa, houve crescimento nas vendas de 6,7%, enquanto na indústria de transformação houve recuo de 16,5%. Pelo lado das importações, houve redução acentuada de 30,4% por conta tanto na redução de preços médios (-22%), quanto no volume desembarcado (-11%).
As importações seguem em um ritmo similar ao observado ao longo do ano passado, com queda em todas as categorias de uso, principalmente de bens intermediários (insumos para a indústria) que registrou uma redução em janeiro de 33,2%, no comparativo interanual. Vale lembrar que as compras de bens intermediários representaram 60,5% das compras externas do estado no mês, enquanto que a de combustíveis responderam por 32,3%.