Com embarques perdendo volume, mas com preços resilientes, em elevados patamares, as exportações baianas alcançaram em novembro US$ 843,1 milhões, com alta de 11,9% sobre o mesmo mês do ano passado. Os embarques, porém, foram 23,7% inferiores na mesma base de comparação, em níveis ajustados tanto pela desaceleração da economia mundial, como também à entressafra e ao peso dos produtos agrícolas na pauta de exportação baiana. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).
Puxada pelos combustíveis, que subiram 520,3% em novembro, as importações em novembro voltaram a ter forte avanço, chegando a US$ 905,5 milhões e crescimento de 78,2% frente a novembro de 2020. As compras externas estão refletindo em cheio os preços altos das commodities energéticas, entre outros itens, reflexo de gargalos logísticos e de produção que persistem no cenário global, que fizeram com que os preços médios em dólar das importações acelerassem a alta nos últimos meses, inclusive superando os do período pré-pandemia.
No acumulado do ano, as exportações da Bahia chegaram até US$ 9,14 bilhões, com crescimento de 28,5% sobre o mesmo período de 2020, devendo atingir ou até superar, ao final do ano, seu melhor resultado desde 2013, quando alcançaram US$ 9,6 bilhões Em relação a 2020, o crescimento deve chegar a 25%, ano em que o comércio mundial, assim como outras atividades, foi devastado pela pandemia.
Esse cenário positivo para as exportações em 2021, só foi possível devido a fatores como: a manutenção da alta no preço das commodities, a recuperação global da economia, principalmente no primeiro semestre, e ao câmbio desvalorizado, que se mantém consistentemente acima de R$ 5,50/US$ devido às incertezas econômico-fiscais/políticas, tanto deste ano, como, e principalmente ao próximo.
Apesar de a moeda nacional ainda estar fortemente desvalorizada e os preços médios dos embarques se apresentarem em níveis relativamente altos – variação de 30,3% até novembro, comparados ao mesmo período do ano anterior, o aumento dos custos de produção (energia, insumos e logística), deve corroer parte dos ganhos ao exportador.
De janeiro a novembro, as vendas externas foram lideradas pela soja e seus derivados com incremento de 37,7%, seguido pelos derivados de petróleo, petroquímicos e produtos minerais que foram beneficiados pela alta de preços no mercado internacional, e cresceram 23,4% e 67,8% e 215,5%, respectivamente.
A China permanece liderando como principal mercado para as vendas externas do estado com 28,1% de participação no ano e crescimento de 19,8%. É seguida agora pelos EUA com (11,7%) e (41,5%), por Singapura que está com (11,3%) e (18,1%) e pela Argentina com (5%) e (17,5%), respectivamente.
Importações
Demanda por fertilizantes, trigo, crise hídrica – que fez aumentar as compras de GNL – Gás Natural Liquefeito, além da alta de preços de petróleo e outros insumos impulsionaram as importações em novembro, que pelo segundo mês consecutivo, alcança taxas superiores a 70%. Em novembro elas alcançaram US$ 905,5 milhões, alta de 78,2% ante igual mês de 2020 e recorde mensal desde julho/2018.
Os dados de importação refletiram em cheio preços altos de commodities energéticas, entre outros itens em que tem sido observada uma aceleração acentuada dos preços. O movimento concentra-se em alguns segmentos, como combustíveis, trigo, adubos e fertilizantes, minérios, células solares, dentre outros. Desde o mês passado, também há registro da compra de trilhos de aço, para a Fiol, o que fez aumentar os desembolsos. Enquanto os valores importados subiram 78,2% em novembro em relação a igual mês de 2020, a quantidade aumentou 55,3% e os preços giraram mais fortemente, em 14,7%.
No acumulado do ano, o quadro se repete, os preços são fator predominante nas importações, com alta de 5% de janeiro a novembro de 2021 contra iguais meses do ano passado. Em igual critério o quantum avançou 47,7%, e o valor importado, 55%.
Com o resultado de novembro, mesmo com o déficit de US$ 62,4 milhões no último mês, ainda assim, a balança comercial da Bahia acumula um superávit de US$ 2,1 bilhões, queda de 18,3% em relação ao registrado em igual período do ano passado, como consequência do aumento maior das importações que das exportações. A corrente de comércio atingiu US$ 16,18 bilhões com crescimento de 38,8%.
Balança comercial | |||||
Bahia | |||||
Jan./Novembro – 2020/2021 | |||||
(Valores em US$ 1000 FOB) | |||||
Discriminação | 2020 | 2021 | Var. % | ||
Exportações | 7.109.072 | 9.136.853 | 28,52 | ||
Importações | 4.542.601 | 7.041.101 | 55,00 | ||
Saldo | 2.566.472 | 2.095.752 | -18,34 | ||
Corrente de comércio | 11.651.673 | 16.177.953 | 38,85 | ||
Fonte: ME/SECINT/SECEX/SITEC, dados coletados em 03/12/2021, http://comexstat.mdic.gov.br | |||||
Elaboração: SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia | |||||
Obs.: importações efetivas, dados preliminares | |||||