Apesar das sanções impostas pela União Europeia à importação de aço acabado russo para o bloco, após a invasão da Ucrânia, muitas siderúrgicas europeias continuam importando matérias-primas para a produção do aço acabado, como titânio e uma liga que combina esse metal ao aço. Esses metais não tiveram a sua venda restrita ou sancionada e, portanto, estão sendo importados em maior volume do que antes.
Segundo documentos de importação e exportação, a ferro liga de origem russa que combina aço e titânio teve um aumento na exportação de 30% em março, quando comparado ao mês anterior, o que corresponde a cerca de 1.830 toneladas métricas. Nos três meses anteriores à invasão, a média havia sido de 1.300 toneladas por mês. Em janeiro, foram apenas 970 toneladas.
A Airbus SE é uma das empresas que continua a comprar grandes quantidades do metal, e está pressionando publicamente contra sanções.
O aumento nas aquisições se deve a diferentes fatores, sendo um deles o receio que os compradores têm de que os ingredientes sejam alvos de sanções em breve e, por isso, compram em maior quantidade agora. “Vimos uma compra de pânico inicialmente”, disse o diretor da empresa comercial suíça Vimet AG, Matteo Vidale, que negocia ferro liga mencionada de origem russa antes e depois do início da guerra. “Não sabíamos se a Rússia seria desconectada.”
Há ainda o fato de que os preços dos produtos de origem russa estão despencando, uma vez que outros compradores estão evitando a compra de bens sob sanções ou não após a invasão da Ucrânia. A dificuldade de pagar as remessas por causa das sanções bancárias impostas pelo Ocidente está entre os motivos para o rompimento. Os compradores estão pedindo certificados de origem comprovando que não são produtos russos, disseram operadores.