As estimativas de exportações de grãos do Brasil neste ano se mantiveram inalteradas mesmo com as turbulências sofridas pelos mercados globais diante do rápido avanço do novo coronavírus, disse à Reuters a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
O diretor-geral da Anec, Sérgio Mendes, afirmou conforme publicou que a entidade mantém a projeção de que o Brasil exportará de 73 milhões a 74 milhões de toneladas de soja neste ano, além de 34 milhões a 35 milhões de toneladas de milho.
“Às vezes somos criticados por exportar produtos primários. Graças a deus exportamos comida”, disse Mendes.
Incerteza
O impacto do novo coronavírus ainda é considerado uma incerteza para o setor agropecuário, segundo especialistas ouvidos. Isso porque não existe uma previsão de quando o período mais crítico da doença vai passar.
A primeira avaliação é de que, mesmo que ocorra uma interrupção de embarques nas próximas semanas, a demanda por alimentos vai continuar existindo. Isso pode gerar um “efeito rebote”, ou seja, a compra que foi represada inicialmente poderá ser efetivada depois.
“Os produtos ligados à alimentação tendem a ser mais resilientes porque, querendo ou não, as pessoas não reduzem tanto o padrão de consumo de alimentos, especialmente se for uma crise econômica temporária”, afirma o analista Vitor Andrioli, da consultoria americana FC Stone.