As exportações de bens industriais brasileiros para os Estados Unidos atingiram segundo Felipe Erlich, da coluna Radar Econômico, um recorde de 29,9 bilhões de dólares em 2023, segundo a última edição do Monitor de Comércio da Amcham — a Câmara Americana de Comércio para o Brasil — divulgada na sexta-feira, 12. O dado consolida os EUA como o principal mercado externo para a indústria de transformação do Brasil, representando 16,9% de todas as vendas desse setor para o mundo e superando demais parceiros, como a União Europeia (com 23,6 bilhões de dólares transacionados) e o Mercosul (19,4 bilhões de dólares).
Com o aumento das exportações, houve uma grande redução do déficit comercial do Brasil com os Estados Unidos, que caiu de quase 14 bilhões de dólares para 1,1 bilhão de dólares no ano — uma diminuição de 92%. Trata-se do menor déficit comercial entre os dois países desde 2017. “Esse recorde coloca em evidência a importância da relação bilateral, sobretudo em um contexto em que o Brasil tem priorizado objetivos como a neoindustrialização, maior participação de produtos industriais na pauta exportadora e atração de investimentos produtivos”, diz o presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto.
Os principais produtos industriais exportados para os EUA em 2023 incluem aço, aeronaves, suco de laranja, motores e máquinas elétricas e celulose. Para 2024, a Amcham projeta um pequeno aquecimento do comércio bilateral devido à uma expansão das economias e das importações dos dois países — mesmo que em baixa intensidade — além de uma estabilização dos preços internacionais e demanda crescente nos setores industrial e de construção civil norte-americanos.