No Supremo Tribunal Federal (STF), a expectativa segundo a jornalista Bela Megale, no O Globo, é que o discurso garantista de André Mendonça defendido em sua campanha não tenha vida longa. A avaliação de ministros da corte é que, depois de vestir a toga, o indicado de Bolsonaro se unirá ao grupo da corte que costuma adotar decisões mais duras contra a classe política. Fazem parte desse bloco os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Carmén Lúcia e Edson Fachin.
Do outro lado estão Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Kássio Nunes Marques, que despontam como a ala que profere decisões mais favoráveis aos parlamentares.
Na sua sabatina, Mendonça adotou um discurso crítico à delação premiada, principal instrumento da operação Lava-Jato. O futuro ministro do STF disse que esse tipo de acordo não pode ser considerado “elemento de prova”. Sobre a prisão após a condenação em segunda instância, o ex-advogado-geral da União foi evazivo. Afirmou que cabe ao Congresso “deliberar sobre o tema” e repetiu o mantra que “não se pode criminalizar a política”.