O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou à TV Globo nesta quinta-feira (30) que o Exército vai deslocar 60 militares adicionais do Exército para reforçar a segurança em Pacaraima – cidade de Roraima próxima à tríplice fronteira Brasil-Venezuela-Guiana.
A área passa por uma escalada de tensão relacionada à disputa entre Venezuela e Guiana pelo território de Essequibo – uma grande porção de terra, hoje sob administração guianense, que abriga grandes reservas de petróleo.
Segundo Múcio, o reforço deve praticamente dobrar o efetivo na região. Hoje, as Forças Armadas têm 70 militares em Pacaraima. Não há, até o momento, previsão de outras medidas.
O ministro da Defesa afirmou que a missão desses profissionais é evitar qualquer trânsito de militares venezuelanos pelo território brasileiro.
A região do Essequibo é ocupada por densas florestas e a região próxima a Pacaraima, em território brasileiro, é a rota mais fácil de acesso à área alvo do litígio.
Segundo José Múcio, o Brasil não permitirá “sob hipótese alguma” que essa rota seja usada pelos países vizinhos – por exemplo, para militarizar a região ou algum outro ato que leve a uma escalada das hostilidades.
Itamaraty monitora e defende negociação
A secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, afirmou nesta quinta-feira (30) que o Brasil acompanha o caso e espera uma solução da controvérsia pelas vias diplomáticas.
“O assunto está na Corte Internacional de Justiça e estamos acompanhando. Guiana pediu uma liminar e a corte deve definir amanhã [sexta, 1º]. Estamos acompanhando para uma solução pacífica para a questão. A gente prima pela paz e cooperação”, declarou Gisela.