O Comando Militar do Sudeste (CMSE) decidiu pela punição administrativa de dezessete militares por causa do sumiço de 21 metralhadoras de alto calibre do Arsenal de Guerra de São Paulo. Segundo o Exército, os punidos já começaram, nesta quarta-feira (25) a cumprir vinte dias de prisão disciplinar por “falha de conduta e/ou erro de procedimento nos processos de fiscalização e controle de armamento”.
Um Inquérito Policial Militar (IMP), que corre em paralelo, investiga a participação de sete militares no episódio, que já é visto como o maior furto das armas da história do Exército brasileiro. Na segunda-feira passada, 23, a Justiça Militar de São Paulo decretou as quebras dos sigilos telefônicos, telemáticos e bancários dos sete investigados.
O sumiço das metralhadoras, treze de calibre .50 e oito de calibre 7,62, foi detectado após inspeção em 10 de outubro, mas as investigações apontam que o furto teria ocorrido mais de um mês antes. Durante o feriado de 7 de setembro, a energia do Arsenal de Guerra foi desligada, interrompendo o funcionamento das câmeras de segurança.
Um cabo é suspeito de utilizar o carro oficial do então diretor, o tenente-coronel Rivelino Barata de Souza Batista, para deixar o prédio do quartel sem levantar suspeita. Batista foi transferido na sexta-feira passada por ordem do comandante do Exército, Tomás Paiva.
Das 21 armas furtadas, dezessete já foram recuperadas. Oito metralhadoras, quatro de cada calibre, foram recuperadas na quinta-feira passada, dia 19. O armamento estava na entrada da Gardênia Azul, bairro da zona oeste do Rio controlado pela milícia. Investigadores suspeitam que as armas seriam negociadas com o Comando Vermelho, maior facção criminosa do estado.
Outras nove metralhadoras foram recuperadas em São Paulo. O armamento, cinco de .50 e quatro calibre 7,62 mm, estava em um lamaçal no município de São Roque, a cerca de 35 km de Barueri. As investigações prosseguem para tentar encontrar as quatro metralhadoras calibre .50 que ainda estão desaparecidas.