O perfil oficial do Exército brasileiro no Instagram passou de 2,1 milhões de seguidores para 6,7 milhões desde a última segunda-feira (31), impulsionado por um fake news bolsonarista, que pede intervenção federal, após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo (30).
De acordo com dados da ferramenta Crowdtangle, do Facebook, o acréscimo de mais de quatro milhões de seguidores na página do Exército deu-se porque bolsonaristas viralizaram a falsa informação de que, para que possa intervir no cenário político brasileiro, o perfil dos militares precisaria a chegar a marca de 20 milhões de seguidores.
Impulsionada em grupos bolsonaristas, o perfil do Exército começou a ganhar mais e mais seguidores, que pedem para os militares “salvá-los”.
Desde o encerramento das eleições, os apoiadores do presidente têm bloqueado as rodovias do país inconformados com a derrota de Bolsonaro. Como principal pauta dessas paralisações, está o pedido por intervenção federal.
Exército não tem esse poder. No entanto, as Forças Armadas não têm competência para implantar uma intervenção desse tipo no país, pois, segundo a Constituição, a intervenção federal só pode ser decretada por iniciativa do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário, um dos três Poderes da União.
A última intervenção federal no país ocorreu de fevereiro a dezembro de 2018, no Rio de Janeiro. Na ocasião, então governador fluminense Luiz Fernando Pezão (MDB) pediu ajuda da União para “pôr termo a grave comprometimento da ordem pública”.
Moraes chama os bolsonaristas de criminosos. Hoje, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Alexandre de Moraes afirmou que os responsáveis pelos atos antidemocráticos que bloqueiam as rodovias são “criminosos” perante a lei.
“Não há como se contestar um resultado democraticamente divulgado com movimentos ilícitos, com movimentos antidemocráticos, com movimentos criminosos que serão combatidos e os responsáveis apurados e responsabilizados sob a pena da lei. A democracia venceu novamente no Brasil”, destacou Moraes, ressaltando que as eleições “acabaram” e Lula será diplomado e empossado como novo presidente do país.