Após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão contra o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o Exército Brasileiro disse não compactuar “com eventuais desvios de conduta de quaisquer de seus integrantes”. Em nota, a corporação informou estar acompanhando as diligências realizadas pela Polícia Federal contra o oficial, suspeito de vender joias dadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Exército disse ao jornal O Globo, que estão colaborando com as investigações em curso. “A Força não se manifesta sobre processos apuratórios conduzidos por outros órgãos, pois esse é o procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”, afirmou, no comunicado.
Além de Lourena Cid, também foram alvos de busca e apreensão o tenente do Exército Osmar Crivelatti, que integrava a equipe da Ajudância de Ordens e atualmente era assessor de Bolsonaro; e advogado Frederick Wassef, que representava a família do ex-presidente.
No total, foram cumpridos mandados em Brasília, um em São Paulo e um em Niterói, deferidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em decorrência desse inquérito. De acordo com a Polícia Federal, o grupo é suspeito dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro
“Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior”, informou a PF.
O inquérito apontou que os valores obtidos das vendas desses objetos teriam sido convertidos em dinheiro vivo e “ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”.