As confissões sucedem-se no escândalo de corrupção que está a abalar o Parlamento Europeu. Eva Kaili, entretanto afastada da vice-presidência da instituição, reconheceu ter pedido ao seu pai para esconder o dinheiro. O pai foi pego pela polícia a sair com uma mala cheia de notas de um hotel no bairro europeu.
Segundo o diário belga Le Soir, a deputada terá admitido que sacos de notas teriam passado pelo seu apartamento através do seu companheiro, Francesco Giorgi, e do ex-eurodeputado Pier Antonio Panzeri.
Os procuradores belgas acreditam que o antigo parlamentar italiano seria o líder da organização criminosa acusada de corrupção e branqueamento de capitais. Ele também terá admitido a sua responsabilidade, mas acusa outro eurodeputado de ter recebido presentes. A justiça italiana autorizou a extradição da esposa e da filha de Panzeri que terão transportado as prendas que ele recebia. Mas Angelo De Riso, o advogado da mulher, diz que ela “negou basicamente tudo”, mas admitiu que “quando uma pessoa está nesta situação, claro que está preocupada.”
Pier Antonio Panzeri fundou a ONG Fight Impunity em 2019, que terá usado para montar a rede criminosa e fazer lóbi a favor, ao que parece, do Qatar e de Marrocos. Uma ONG até agora era respeitada. Contou no seu conselho de administração, como membros honorários, com dois ex-comissários europeus, um ex-primeiro-ministro francês ou ainda a antiga chefe da diplomacia europeia, que não são suspeitos. Das vinte buscas efetuadas resultou a apreensão de 1,5 milhões de euros em dinheiro nas residências dos acusados ou dos seus familiares. A eurodeputada grega vai comparecer quinta-feira perante a justiça belga.