De acordo com o Ministério Público Federal, ele teria recebido indevidamente R$ 11,8 milhões
A Operação Lava Jato em São Paulo apresentou denúncia à Justiça contra dez pessoas suspeitas de integrarem esquema para favorecer os interesses do grupo Hypermarcas no Senado Federal, entre 2013 e 2015. Entre eles está o empresário Paulo Bauer, ex-senador pelo PSDB, que teria recebido indevidamente R$ 11,8 mi com a ajuda de um assessor parlamentar.
Segundo o Ministério Público Federal, autor da denúncia, esse valor foi transferido em parcelas por meio de contratos fraudulentos firmados com as empresas da área de informática, advocacia e pesquisa e análise, entre outras. Além de Bauer e seu assessor, foram denunciada outras oito pessoas.
A ação penal é resultado das investigações feitas a partir do acordo de colaboração firmado com Nelson José de Mello, ex-diretor de relações institucionais da Hypermarcas. Ele apresentou provas que corroboram seus depoimentos, incluindo cópias de contratos fictícios, sem a devida contraprestação de serviços, e uma linha do tempo que mostra a correlação entre os pagamentos feitos para Paulo Bauer e a tramitação de proposta de emenda constitucional de sua autoria no Senado.
A PEC 115/2011, arquivada em 2018, alterava o regime tributário sobre medicamentos de uso humano.
Bauer, que no início de fevereiro se desligou do cargo que ocupava na Casa Civil, do governo federal, disse ao ND, por telefone, que conversou com seu advogado e estão avaliando a situação. Nesta semana, o ex-senador anunciou que pode ser candidato a prefeito de Joinville.