O ex-presidente José Sarney de quase 91 anos, ativo nas palavras publicadas pela imprensa ainda hoje, registrou em seu artigo semanal na imprensa maranhense a dor dos brasileiros em meio ao mar de mortes da pandemia.
Sem citar Jair Bolsonaro ou seu governo, Sarney lembra que o Brasil se encontra na “vergonhosa e podre posição de ser o primeiro país do mundo nesse ranking do terror” e destaca o absurdo de a pandemia não figurar como assunto prioritário das autoridades.
“Cruel ver tratar-se agora de outras coisas, todas menores diante do desafio que estamos vivendo. Nada existe para discutir neste momento senão a Covid — a vida e a morte, a vida que precisa vencer a morte — e a desgraça de ver nosso país tendo como marca mundial uma coroa de defuntos”, escreve Sarney.
Na linha do discurso feito por Lula na semana passada, o ex-presidente busca se unir, na dor, às famílias dos quase 300.000 brasileiros mortos pelo vírus.
“Não há quem não compartilhe das lágrimas das famílias dos mais de 270 mil mortos, dos 2.349 homens e mulheres cujas mortes, na quarta-feira, colocaram o Brasil na vergonhosa e podre posição de ser o primeiro país do mundo nesse ranking do terror. Não há flores em nossos corações suficientes para ocupar o pedaço de chão onde essas pessoas repousam por toda a eternidade. Esses números destroem todos nós, presos de uma tristeza que não passa”, escreveu Sarney.