O ex-presidente do Peru Alan García tentou suicídio nesta quarta-feira (17) quando a polícia entrou em sua residência em Lima para cumprir uma ordem de prisão por supostos crimes de corrupção envolvendo a construtora Odebrecht. O político atirou contra si mesmo.
Segundo o jornal peruano El Comercio, García foi transferido para o hospital Casimiro Ulloa, também na capital peruana, minutos depois de os agentes entrarem na casa.
A Divisão de Investigação de Delitos de Alta Complexidade começou a operação às 6h25 no horário local (8h25 no horário de Brasília), poucos minutos depois de a Justiça expedir o mandado da prisão preventiva de dez dias. Ao ser avisado da detenção, o político peruano teria pedido alguns minutos para falar com seus advogados. Pouco depois, se escutou um disparo.
A caminho do hospital, o advogado do ex-presidente, Genaro Velez, confirmou que García está internado por uma lesão, mas não quis dar mais detalhes sobre o estado de saúde de seu cliente. Testemunhas entrevistadas por uma emissora do Peru afirmaram que o político chegou ao hospital coberto por uma manta vermelha e que pouco depois seu filho entrou rapidamente no local.
Fontes do El Comercio contaram que o investigado foi atingido na região da cabeça e está sendo submetido a uma cirurgia de emergência.
Também nesta quarta, a polícia prendeu Luis Nava, ex-secretário geral da administração de Alan García, e Miguel Atala, ex-presidente da Petroperú, empresa energética estatal.
García chefiou o Executivo do país sul-americano de 1985 a 1990 e depois de 2006 a 2011. De acordo com o El Comercio, a Justiça do Peru determinou sua prisão por dez dias pelo recebimento de dinheiro da Odebrecht na campanha eleitoral em 2006.
Ele também é acusado de ter retribuído as doações com grandes subsídios públicos para a construção de uma rodovia, a Interoceânica, entre os anos de 2008 e 2010. A obra era feita por um consórcio liderado pela empreiteira brasileira.
Outro ex-presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, mais conhecido como PPK, também foi preso temporariamente, no último dia 10 de abril, em decorrência de sua relação com a Odebrecht.