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quarta-feira 3 de junho de 2020 às 14:49h

Ex-presidente do Equador é detido em investigação de corrupção durante pandemia

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Destituído em 1997, o ex-presidente equatoriano Abdalá Bucaram foi detido como parte de investigações sobre supostos casos de corrupção em hospitais durante a pandemia de coronavírus – informou o Ministério Público nesta quarta-feira (3).

“O ex-presidente Abdalá B. foi detido em posse de uma arma de fogo, sem apresentar justificativa de posse”, disse a entidade em sua conta no Twitter.

O órgão acrescentou que Bucaram foi preso após uma busca em sua casa em Guayaquil. Ele é considerado suspeito de suposto desvio de fundos em um contrato de suprimentos médicos para o Hospital del Seguro.

Seis meses depois de assumir a Presidência, Bucaram foi destituído do cargo em fevereiro de 1997 pelo Parlamento, que declarou sua incapacidade mental, sem comprovação médica e em meio a fortes protestos sociais contra seu governo.

Bucaram, de linha populista e que vive no porto de Guayaquil (sudoeste), passou duas décadas no exílio no Panamá.

O Ministério Público investiga vários casos de suposta corrupção no sistema hospitalar durante a pandemia, que atinge o Equador com 40.400 casos, incluindo 3.438 mortes (uma média de 20 por 100.000 pessoas).

Com 17,5 milhões de habitantes, o país é o quarto da América Latina com mais mortes, atrás de Brasil, México e Peru, segundo dados da AFP. O governo também registra 2.201 mortes prováveis por COVID-19.

O MP indicou que uma força-tarefa, também composta pela Polícia, “executa mandados de busca e detenções simultâneas em #Quito e #Guayaquil, relacionados a vários casos de corrupção no âmbito da emergência de saúde #Covid_19”.

De acordo com o MP, devido à suposta influência do tráfico de drogas na aquisição de suprimentos médicos, como testes de diagnóstico e máscaras, também foi feita uma busca na casa de Carlos Luis Morales, prefeito (governador) da província de Guayas, cuja capital é Guayaquil.

Guayas é o foco da pandemia no Equador, atualmente com mais de 14.000 casos. No pior momento da crise, em abril, os sistemas hospitalares e funerários entraram em colapso em Guayaquil.

A ministra do Governo (Interior), Maria Paula Romo, disse ao canal Ecuavisa que, nas mesmas investigações, as autoridades realizaram 23 buscas e 14 prisões nas últimas horas, em Guayaquil e em Quito.

Ela observou que dois israelenses haviam sido detidos anteriormente com documentos falsos, “fazendo-se passar por membros da DEA [a agência americana de combate às drogas]” e com US$ 300.000 em seu poder.

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