Conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE-RS) desde 2008, o gaúcho Cezar Miola se lançou para a próxima vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Embora ainda falte mais de um ano para a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz, que foi indicado para o órgão de controle na cota da Câmara dos Deputados, as articulações políticas em torno de sua sucessão já foram abertas.
Cedraz deixa o cargo em fevereiro de 2026. Depois, o ministro Augusto Nardes precisa se aposentar compulsoriamente em outubro de 2027, quando completará 75 anos. Ele também foi indicado pela Câmara, que tem direito a três cadeiras no TCU.
Cezar Miola, que tem 59 anos, presidiu a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) no biênio 2022-2023.
No cargo, ele priorizou a fiscalização de políticas educacionais e coordenou uma auditoria nacional sobre a infraestrutura de escolas públicas, que envolveu 33 tribunais no país.
Em carta de apresentação que tem circulado em Brasília, Miola afirma que “o país precisa contar com servidores públicos experientes, conhecedores do aparato estatal, abertos à inovação e dispostos a construir soluções sem deixar de observar a legislação em vigor”.
“Sinto-me parte desse grupo de brasileiros e me coloco à disposição para integrar o plenário do TCU tendo o interesse público e a Constituição como balizas incontornáveis”, diz o conselheiro do tribunal de contas gaúcho na carta.
Miola cita a qualificação do gasto público, aprimoramento dos contratos e soluções consensuais de contenciosos envolvendo esferas da administração estatal como desafios do órgão de controle nos próximos anos.
Ele tem conversado, principalmente, com representantes da bancada gaúcha na Câmara e buscado apoios a fim de tornar-se competitivo em uma eventual disputa.
Apesar de estar prevista somente para 2026, a próxima vaga no TCU já movimenta a política e tem sido objeto de negociações em meio à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Casa.