O ex-primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan foi baleado na canela nesta quinta-feira (3) quando seu comboio de protesto antigoverno foi atacado no leste do país no que seus assessores disseram ser uma clara tentativa de assassinato.
Khan, de 70 anos, que foi destituído do cargo de primeiro-ministro em abril, estava seis dias em um ato de protesto de quilômetros de extensão, de pé e acenando para milhares de simpatizantes do teto de um caminhão quando os tiros foram ouvidos.
Vários outros em seu comboio ficaram feridos e o ministro da Informação, Marriyum Aurangzeb, disse que um suspeito foi preso após o ataque em Wazirabad, a quase 200 quilômetros de Islamabad.
Em supostas filmagens do tiroteio, divulgadas por vários canais, um homem com uma arma é agarrado por trás por uma das pessoas. Ele então tenta fugir.
Canais de TV mostraram um homem que eles disseram ser o suposto atirador, que parecia estar na casa dos vinte ou trinta anos. Ele disse que queria matar Khan e agiu sozinho.
“Ele (Khan) estava enganando as pessoas, e eu não aguentei”, disse o suspeito no vídeo. O ministro da Informação confirmou que as imagens foram gravadas pela polícia.
Khan estava atraindo grandes multidões a caminho da capital Islamabad em uma campanha para derrubar o governo do rival Shehbaz Sharif.
Um membro do partido de Khan disse que houve relatos de que uma pessoa foi morta no ataque.
“Foi uma clara tentativa de assassinato. Khan foi atingido, mas está estável. Houve muito sangramento”, declarou Fawad Chaudhry, porta-voz do partido de Khan, à Reuters.
“Se o atirador não tivesse sido detido pelas pessoas de lá, toda a liderança do partido teria sido exterminada.”
Khan foi levado ao hospital em Lahore enquanto manifestantes saíam às ruas em algumas partes do país e líderes do partido exigiam justiça.
O Paquistão tem uma longa história de violência política. A ex-primeira-ministra Benazir Bhutto foi assassinada em dezembro de 2007 em um ataque com armas e bombas depois de realizar um comício eleitoral na cidade de Rawalpindi, próximo a Islamabad.
Seu pai e ex-primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto foi enforcado na mesma cidade em 1979 após ser deposto por um golpe militar.