O ex-ministro da Defesa Celso Amorim afirmou na coluna de Bela Megale, no O Globo, que a busca por aproximação de Lula com militares não é uma preocupação e que não há esforços nesse sentindo. Amorim, que é apontado como um dos interlocutores do ex-presidente com as Forças Armadas, diz que seus membros devem ficar fora da política e que isso “é natural”, não um sinal de desvalorização.
— Não há esforço para se aproximar dos militares, quebrar a resistência. Essa não é uma preocupação de Lula. Os militares têm que ficar fora da política e isso é o natural, não é desvalorizá-los. Eles já têm um papel muito importante, que é o de ser, ao lado da diplomacia, a linha de frente da soberania nacional. É natural tratar com militares temas como submarinos e defesa aérea, mas não tem sentido correr atrás deles para saber o que pensam sobre política. Vivemos um momento infeliz, porque os governantes os chamaram ao poder — disse Amorim.
O ex-ministro defende que as Forças Armadas sejam como “uma importante burocracia do Estado, como outras que existem”. Ele também disse que está certo que Lula não encontrará resistência entre os militares, caso vença a eleição presidencial em 2022.
— Quem está se encarregando de acabar com qualquer resistência que possa ter a Lula é o Bolsonaro, ao tratar os militares como ‘meu Exército’, como se fossem golpistas.
O diplomata, que também foi ministro das Relações Exteriores do governo petista, retornou nesta semana de uma viagem com Lula pela Europa. Sobre a agenda, disse que foi positiva para o Brasil, porque os líderes internacionais estavam com a ideia de país atrelado à “imagem apocalíptica, de ignorância do mundo, representada por Bolsonaro”.