Após duas horas, terminou o depoimento do ex-ministro da Justiça Anderson Torres na sede da Polícia Federal, sobre a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia do segundo turno da eleição presidencial do ano passado. Em nota, a defesa afirmou que Torres manteve a postura de cooperar com as investigações, “uma vez que é o principal interessado no rápido esclarecimento dos fatos e acredita que a verdade prevalecerá”.
“O depoimento ocorreu dentro da normalidade. Anderson Torres compareceu à sede da Polícia Federal, abriu mão de seu direito constitucional ao silêncio e respondeu todos os questionamentos formulados. Mantém a postura de cooperar com as investigações, uma vez que é o principal interessado no rápido esclarecimento dos fatos e acredita que a verdade prevalecer. A defesa reitera que as manifestações serão feitas nos autos”, informou o advogado Eumar Novacki.
Torres foi interrogado sobre as ordens que deu à Polícia Rodoviária Federal (PRF) para promover uma série de bloqueios nas rodovias no dia do segundo turno das eleições de 2022. A maior parte das blitzes foi registrada na Região Nordeste, o que o atual diretor geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, classificou como “desproporcional”. A PF suspeita que Torres idealizou a operação com o intuito de atrapalhar o trânsito de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os investigadores já têm em mãos a planilha que ele pediu a seus subordinados para basear a ação — o arquivo levanta os locais em que Lula e o então presidente Jair Bolsonaro (PL) tiveram o melhor desempenho eleitoral.
A PF também quer esclarecer sobre as razões de Torres ter viajado à Bahia nas vésperas do segundo turno. Os investigadores suspeitam que a visita serviu para orientar a PF e a PRF sobre os bloqueios que seriam realizados no Estado, que foi crucial para a vitória eleitoral de Lula.