“Enquanto o gay recém-saído do armário não expressar por ATOS e novas palavras que se arrepende de ter apoiado alegre e explicitamente um homofóbico racista que se revelou genocida, sua saída do armário não será, para mim, fonte de alegria acrítica. Não adianta”, escreveu o ex-parlamentar
O ex-deputado federal Jean Wyllys não poupou críticas ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e considerou incoerente a postura do tucano. Isso porque Eduardo declarou-se gay publicamente na última quinta-feira (1º), mas nas eleições passadas apoiou Jair Bolsonaro.
“Enquanto o gay recém-saído do armário não expressar por ATOS e novas palavras que se arrepende de ter apoiado alegre e explicitamente um homofóbico racista que se revelou genocida, sua saída do armário não será, para mim, fonte de alegria acrítica. Não adianta”, escreveu Jean Wyllys no Twitter nesta sexta-feira última (2).
O comentário do ex-deputado repercutiu a declaração de Eduardo Leite, que, em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, revelou na última quinta-feira ser homossexual. Ele também assumiu o namoro com um médico.
“Eu sou gay. E sou um governador gay, e não um gay governador, tanto quanto Obama nos Estados Unidos não foi um negro presidente, foi um presidente negro. E tenho orgulho disso”, declarou.
A orientação sexual não impediu que Eduardo apoiasse na última eleição presidencial um candidato com histórico repleto de declarações homofóbicas. Ao longo dos últimos anos, Bolsonaro admitiu ser “homofóbico, com muito orgulho” e disse que “seria incapaz de amar um filho homossexual”. “Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí”, afirmou.
Nesta sexta-feira, o presidente também repercutiu as declarações de Eduardo Leite e considerou que o governador “está se achando o máximo” por revelar sua orientação sexual. “O cara ontem está achando que é o máximo, se achando o máximo. ‘Olha’, bateu no peito, ‘eu assumi’. É o cartão de visita para a candidatura dele (à eleição presidencial de 2022).”
Jean Wyllys vê Eduardo “cúmplice” de Bolsonaro
“Coragem grande teria o ‘governador gay’ se tivesse se assumido e se colocado ao lado de LGBTQ no momento em que seu aliado Bolsonaro disseminava mentiras como ‘kit gay’ e ‘mamadeira de piroca’ que objetivam nos associar à pedofilia. Naquele momento, o governador era cúmplice”, considerou Jean Wylls.