domingo 22 de dezembro de 2024
Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas que vive na Espanha — Foto: Reprodução
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sexta-feira 28 de junho de 2024 às 10:30h

Ex-CEO da Americanas acusado de comandar fraude bilionária é preso em Madri

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O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso nesta sexta-feira (28) conforme a coluna de Malu Gaspar, do O Globo, em Madri pela polícia espanhola. Ele foi alvo da operação Disclosure, da Polícia Federal, e tinha mandado de prisão expedido pela Justiça brasileira desde quinta-feira.

De acordo com o Ministério Público Federal, ele acompanhava e participava das fraudes no balanço da companhia “desde o seu planejamento até a publicação dos resultados”.

Gutierrez e outros 14 executivos da Americanas foram alvo na quinta-feira de uma operação que buscava mais provas e evidências de um esquema que escamoteou nos balanços da varejista um rombo estimado em R$ 25 bilhões.

A operação foi baseada em e-mails e mensagens apreendidas pela Polícia Federal e nas delações dos ex-executivos Marcelo Nunes e Flávia Carneiro, que destrincharam o modus operandi da fraude.

A prisão de Gutierrez foi comunicada nesta manhã à Polícia Federal. Como Gutierrez tem cidadania espanhola e estava no país desde o ano passado, seu nome foi incluído na difusão vermelha, a lista de foragidos internacionais da Interpol.

Ainda não está definido se ele será enviado ao Brasil ou se ficará preso na Espanha, uma vez que o país não extradita seus cidadãos.

Além do ex-CEO, também é considerada foragida a ex-presidente da B2W, Anna Saicali, que viajou para Portugal no último dia 15 e está com ordem de prisão decretada.

As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sobre a manipulação nos balanços financeiros da Americanas indicaram que Gutierrez tomava medidas para tentar se blindar de uma eventual apuração sobre o esquema e só recebia as versões fraudulentas do orçamento em pen drives entregues em suas mãos.

As mensagens mostram que os executivos da Americanas discutiam por WhatsApp e por e-mail a inclusão de números falsos nos balanços da empresa para fabricar lucros que não existiam – e para diferenciar os dados reais dos inventados, criavam apelidos, como mostramos na quinta-feira.

O conjunto de planilhas e cálculos que embasavam as diferentes versões do balanço era chamado de “kits de fechamento”. Era através deles que Gutierrez acompanhava a evolução das mudanças.

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