O ex-assessor do senador Ciro Nogueira (PP-PI) José Expedito Rodrigues relatou à Polícia Federal que transportou por várias vezes bolsas e malas com dinheiro para o presidente do PP e para o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), conhecido como Dudu da Fonte.
Os dois parlamentares foram alvo de busca e apreensão nesta última terça-feira (24) por supostamente ameaçar o ex-funcionário para que ele mudasse a versão de seus depoimentos aos investigadores.
O serviço prestado como transportador de valores ilícitos, segundo o ex-assessor, era custeado com o salário na Câmara dos Deputados. “Que o declarante não recebia nenhuma comissão para o transporte de valores, esclarecendo que o desempenho dessa tarefa ficava por conta do salário que recebia como assessor da Câmara dos Deputados”, diz o registro do depoimento de Rodrigues.
No depoimento, de outubro de 2016, Rodrigues afirmou que trabalhou para os dois parlamentares e que por duas vezes transportou valores dentro de bolsas no trajeto entre São Paulo e o Piauí. Em uma dessas viagens, o ex-assessor disse que levou R$ 150 mil da capital paulista para Teresina e entregou diretamente na casa do senador.
No depoimento, anexado a um dos inquéritos que investigam o senador no Supremo Tribunal Federal, Rodrigues declarou também que transportou dinheiro em espécie de Brasília para Teresina. Nesses casos, as entregas foram feitas em um shopping para uma pessoa ligada ao presidente do PP, segundo relatou. Outro destino das entregas realizadas pelo ex-assessor do senador foi no Rio. “Que se recorda de ter transportado R$ 100 mil desde o Rio de Janeiro/RJ dinheiro que foi recebido de Ciro Nogueira e entregue a Julio Arcoverde, em Brasilia.” Essa entrega, de acordo com o ex-funcionário, foi no apartamento na 311 sul, em Brasília, onde residia Dudu da Fonte.