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domingo 16 de agosto de 2020 às 16:13h

Ex-aliados, ministro e Mário Frias agora são inimigos

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Se tem duas coisas que não existem na secretaria especial de Cultura é produção cultural e sossego.

Desde que deixou de ser um ministério e foi rebaixada a apêndice de outros órgãos, como o Ministério de Turismo, a secretaria, hoje comandada pelo ex-ator Mário Frias, só se mete em “roubadas”, conforme a coluna de Ricardo Feltrin.

Para entender o caso: tudo começou no ano passado com o atabalhoado ex-ministro Abraham Weintraub, que tentou aparelhar não só seu ministério, mas também a secretaria da Cultura apenas com os “olavetes” —como são chamados os seguidores do guru Olavo de Carvalho.

Era questão de honra para Olavo e seus discípulos dominar os ministérios da Educação e da Cultura.

Afinal, era sobre essa tecla que ele batia há anos contra o “aparelhamento” ideológico esquerdista.

O problema é que faltou a Olavo e Weintraub combinarem com os militares.

Ofendidos constantemente pelo guru e por seus discípulos, os militares se tornaram involuntariamente os anteparos que impediram o “aparelhamento olavista” do governo. Na verdade se tornaram verdadeiros baluartes contra as loucuras do auto-intitulado filósofo.

Resultado disso: oficiais da ativa e fora dela passaram a ser ainda mais agredidos e humilhados por Olavo —boquirroto e valente nos xingamentos digitais à distância, mas acovardado presencialmente, já que se tornou morador permanente da Virginia, nos EUA, e não se atreve a pisar no Brasil.

Fato: o olavismo hoje está em seu patamar mais baixo de influência no governo Bolsonaro desde 2018.

Mas, o pior na Cultura nacional ainda está por vir.

Sucessor da inepta Regina Duarte, Mário Frias decidiu mostrar lealdade e assumir o papel de “general dos olavetes”.

Desde que assumiu, Frias nunca inspirou confiança junto aos olavistas, parecendo mais um arrivista que um ideólogo.

Basicamente era considerado um canastrão, para usar o linguajar da dramaturgia.

Pois Frias acaba de obter uma vitória (de Pirro) ao rasgar documentos oficiais e retomar, com o inacreditável e desnecessário apoio da Polícia Federal, o controle da Cinemateca (para a qual ele não tem plano nenhum, tampouco funcionários técnicos capacitados para manter o acervo).

A segunda vitória de Pirro de Mário Frias foi ter “peitado” o ex-chefe e ex-aliado Marcelo Álvaro Antônio.

Ele não só dedurou as interferências de Álvaro Antônio em sua secretaria no Palácio do Planalto, como pressionou o presidente Jair Bolsonaro –com o apoio do filho e senador Eduardo– a fazer um decreto devolvendo à secretaria da Cultura o controle sobre a Fundação Palmares, o Iphan, a Funarte e a Ancine –além, claro, da Cinemateca.

Literalmente puxou o tapete de Álvaro Antônio, que ficou com cara de tacho, humilhado e no chão, segundo o site Uol.

Bem justo agora que o ministro do Turismo estava se insinuando para o lado dos olavistas —o que por sua vez já vinha irritando profundamente aos militares.

Agora os militares estão furiosos com Frias também, uma vez que ele já fez o pacto de sangue como “olavete” assumido e submisso, diz Ricardo Feltrin em sua coluna.

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