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terça-feira 27 de setembro de 2022 às 18:37h

Europa investiga “ataques” a gasodutos russos que abastecem o continente

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A Europa investiga nesta terça-feira o que Alemanha e a Dinamarca disseram ser ataques que causaram grandes vazamentos de dois oleodutos russos no Mar Báltico, no centro de um impasse energético.

Mas ainda não está claro quem pode estar por trás dos vazamentos, que foram reportados pela primeira vez na segunda-feira, ou se houve qualquer tipo de jogo sujo, a ser comprovado, nos gasodutos Nord Stream, que foram construídos pela Rússia e seus parceiros europeus ao custo de bilhões de dólares.

O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, disse a líderes empresariais que os vazamentos foram provocados por ataques direcionados à infraestrutura, e que Berlim agora sabe com certeza “que eles não foram causados por ocorrências ou eventos naturais ou fadiga material”.

O primeiro-ministro da Polônia culpou sabotagem, sem citar evidências, e a primeira-ministra da Dinamarca disse que os vazamentos foram claramente causados por ações deliberadas. A polícia sueca disse que iniciou uma investigação sobre um caso potencial de “sabotagem grosseira”.

A Rússia, que reduziu as entregas de gás para a Europa depois que o Ocidente impôs sanções por conta da invasão da Ucrânia, também disse que a sabotagem era uma possibilidade, e que os vazamentos minavam a segurança energética do continente.

“Vemos claramente que é um ato de sabotagem, relacionado ao próximo passo de escalada da situação na Ucrânia”, disse o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki na abertura de um novo gasoduto entre a Noruega e a Polônia.

Sismólogos na Dinamarca e na Suécia disseram ter registrado duas explosões poderosas na segunda-feira nas proximidades dos vazamentos.

“Os sinais não se assemelham a sinais de terremotos. Eles se assemelham aos sinais tipicamente registrados em explosões”, disse o Serviço Geológico da Dinamarca e Groenlândia (Geus).

E sismólogos da Universidade de Uppsala, na Suécia, que colabora com o Geus, disseram que a segunda maior explosão “correspondeu a mais de 100 quilos (kg) de dinamite”, acrescentando que as explosões ocorreram na água, e não no fundo do mar.

Os gasodutos têm sido foco de uma crescente guerra energética entre governos da Europa e Moscou, e que afeta as principais economias ocidentais, elevando os preços do gás e provocando uma busca por suprimentos alternativos.

“A Alemanha é um país que sabe se defender. E a Europa é um continente que pode proteger sua infraestrutura energética”, disse Habeck, da Alemanha, acrescentando que o fornecimento de energia da maior economia da Europa não foi afetado.

As forças armadas da Dinamarca disseram que o maior vazamento de gás causou uma perturbação na superfície do mar de mais de 1 km de diâmetro.

Os vazamentos foram muito grandes e pode demorar até uma semana para que o gás pare de sair do gasoduto Nord Stream 2, disse o chefe da Agência de Energia da Dinamarca, Kristoffer Bottzauw.

Navios podem perder a flutuabilidade se entrarem na área do vazamento.

“A superfície do mar está cheia de metano, o que significa que há um risco aumentado de explosões na área”, disse Bottzauw.

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