Diplomacia americana veta resolução pela terceira vez e argumenta que trabalha em proposta alternativa que permitiria continuação de negociações para liberação de reféns, além de incluir pedido de cessar-fogo temporário e condenação do Hamas; 13 nações votaram a favor do texto apresentado pela Argélia; Reino Unido optou por abstenção.
O Conselho de Segurança da ONU rejeitou uma proposta de resolução da Argélia que buscava um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Em sessão nesta terça-feira (20), o texto não foi adotado devido ao veto dos Estados Unidos, membro permanente do órgão.
Dos 15 países no Conselho de Segurança, o rascunho recebeu o apoio de 13 nações, enquanto o Reino Unido optou pela abstenção e os Estados Unidos vetaram o texto.
Cessar-fogo
A resolução pedia um “cessar-fogo humanitário imediato, a ser respeitado por todas as partes” e reafirmava o compromisso com a proteção dos civis conforme estipulado pelo direito internacional.
Para adotar uma resolução, o Conselho de Segurança precisa de pelo menos nove votos e nenhum veto dos cinco membros permanentes: Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido.
Desde o início da elaboração do texto pela Argélia, havia relatos apontado para a possibilidade de veto dos Estados Unidos. A previsão também foi mencionada em agências de notícias ao longo das semanas de negociações, em relação a versões anteriores da proposta.
O país deve apresentar uma outra proposta, que incluiria um cessar-fogo temporário com base na liberação de todos os reféns e a condenar do Hamas. Esta seria a primeira vez que o país apoiaria um cessar-fogo temporário em Gaza.
Para embaixadora dos Estados Unidos, Linda Thomas-Greenfield, o texto em votação não traria uma paz duradoura e prolongaria o cativeiro dos reféns e a crise humanitária.
Consenso no Conselho de Segurança
Com o voto dos Estados Unidos, a Assembleia Geral deve ter uma sessão especial de emergência por meio de um mecanismo criado para examinar o uso do veto.
O Conselho realizou diversas reuniões sobre a guerra em Gaza, incluindo um debate aberto no final de janeiro, com mais de 70 Estados-membros da ONU expressando sérias preocupações sobre a catástrofe humanitária em andamento.
Muitos pediram ao Conselho de Segurança que “trabalhasse mais” para acabar com a guerra, que começou em outubro, quando Israel invadiu o enclave em resposta aos ataques do Hamas, que deixaram 1,2 mil mortos e 240 reféns. Até o momento, quase 30 mil palestinos foram mortos, de acordo com as autoridades de saúde locais.