Os Estados Unidos realizaram o primeiro teste bem-sucedido de um míssil hipersônico completo lançado do ar, disse a Força Aérea americana em um comunicado. Até então, todos os outros testes haviam falhado.
O ARRW, míssil boost-glide que usa um foguete booster para acelerar um projétil a velocidades hipersônicas, foi lançado de um B-52 na costa da Califórnia na sexta-feira (9).
O míssil AGM-183A atingiu velocidades hipersônicas mais de cinco vezes a velocidade do som e detonou na área do terminal, disse o 96º Test Wing. Todos os objetivos do teste foram cumpridos, segundo a Aeronáutica.
Este teste foi o primeiro de todo o sistema, conhecido como teste All-Up-Round. Lançamentos anteriores focaram no foguete auxiliar.
O míssil ARRW sofreu uma série de falhas em testes no ano passado, obrigando a Força Aérea a adiar o projeto. Ela descreveu as falhas como “anomalias”.
O Pentágono colocou uma ênfase maior no teste e desenvolvimento de armas hipersônicas, especialmente porque a China e a Rússia mostraram avanços em seus próprios programas.
A Rússia implantou seus mísseis hipersônicos Kinzhal na Ucrânia, marcando talvez a primeira vez que tais armas foram usadas em guerra. E durante um teste no ano passado, um míssil hipersônico chinês voou ao redor do mundo antes de atingir seu alvo.
As armas hipersônicas viajam a velocidades superiores a Mach 5, ou aproximadamente 6.437 km/h, tornando-as difíceis de detectar e interceptar a tempo.
Os mísseis também podem manobrar e variar a altitude, permitindo-lhes escapar dos atuais sistemas de defesa antimísseis.
À medida que as outras superpotências do mundo avançavam com o desenvolvimento de suas armas hipersônicas, os EUA se viram ficando para trás como resultado de falhas nos testes.
Em maio, outro sistema hipersônico chamado Common Hypersonic Glide Body falhou durante seu primeiro teste completo por causa de uma “anomalia”, disse o Pentágono. O teste anterior do sistema, uma joint venture entre o Exército e a Marinha, também falhou.
Desde então, o Pentágono tem trabalhado para aumentar o ritmo dos testes hipersônicos e seus esforços de pesquisa e desenvolvimento, recrutando universidades para ajudar com alguns dos aspectos mais complicados dos mísseis avançados.