Os Estados Unidos querem ver o aumento da produção de petróleo, inclusive na Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), disse, na segunda-feira (6), à AFP, o principal responsável da diplomacia americana para temas energéticos.
“Na medida em que as economias mundiais se recuperem” após a pandemia do coronavírus, “veremos mais consumo [de petróleo]. E, portanto, gostaríamos de ver a oferta satisfazer a demanda”, disse o subsecretário de Estado de Assuntos Econômicos, Energia e Meio Ambiente dos Estados Unidos, José Fernández, que participa da conferência energética CERAWeek, em Houston (Texas).
“Gostaríamos de mais produção” de petróleo a nível mundial “da Opep+, ou seja, da Opep e seus aliados, e deixamos esse tema claro”, acrescentou o funcionário.
A Opep+ (integrada pelos 13 membros da Opep, liderados pela Arábia Saudita; e seus dez aliados, liderados pela Rússia) decidiu, no princípio de outubro do ano passado, reduzir sua produção em dois milhões de barris por dia e não modificou este nível desde então.
O preço do barril West Texas Intermediate (WTI), de referência no mercado americano, custa agora cerca de um terço menos que há um ano, durante os primeiros dias da invasão russa da Ucrânia.
Mas é superior em mais de 40% que no mesmo período de 2019 e em quase 30% em comparação com 2018.
Entre setembro de 2021 e janeiro de 2023, o governo do presidente Joe Biden recorreu às reservas estratégicas dos EUA (SPR, na sigla em inglês) em cerca de 250 milhões de barris, colocados à venda no mercado, para aliviar a alta dos preços.
Biden defendeu no ano passado o aumento dos volumes produzidos pela Opep+, mas o bloco não aumenta suas cotas há seis meses.
A Opep prevê um crescimento da demanda de 2,32 milhões de barris por dia em 2023 em comparação com o ano passado.