Os Estados Unidos estudam enviar doses da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca/Oxford para outros países, incluindo o Brasil. A informação foi publicada nesta última quinta-feira (11) pelo jornal The New York Times.
Segundo a publicação, dezenas de milhões de doses estão armazenadas em fábricas norte-americanas enquanto a vacina aguarda aprovação do órgão regulatório do país.
Apesar da vacina já estar autorizada em diversos países, ainda não foram apresentados os ensaios clínicos realizados nos Estados Unidos. Com isso, a farmacêutica não solicitou autorização para uso emergencial ao FDA (Food and Drug Administration), responsável por uma das etapas de aprovação de imunizantes.
Até o momento, conforme o Poder360, o país autorizou o uso das vacinas de Pfizer/BioNTech, Moderna e Johnson & Johnson.
“Entendemos que outros governos possam ter entrado em contato com os EUA sobre a doação de doses da AstraZeneca. Pedimos ao governo norte-americano que considerasse cuidadosamente essas solicitações”, disse ao jornal Gonzalo Viña, porta-voz da AstraZeneca.
“Se essas doações prosseguirem, buscaremos orientação do governo para repor essas doses nos EUA.”
De acordo com o The New York Times, pelo menos 30 milhões de doses prontas para o uso estão armazenadas nas instalações da AstraZeneca em West Chester, Ohio.
A Emergent BioSolutions, empresa em Baltimore que a AstraZeneca contratou para fabricar a vacina nos Estados Unidos, produziu quantidade suficiente para mais dezenas de milhões de doses.
O destino das doses é fonte de discussão entre a Casa Branca e autoridades sanitárias, segundo funcionários da administração do presidente Joe Biden ouvidos pelo jornal. Enquanto alguns argumentam que a vacina deve ser destinada aos países com necessidades urgentes, outros dizem que os EUA devem manter as doses armazenadas e aguardar a aprovação.
Algumas autoridades federais estão pressionando a Casa Branca para que Biden decida sobre a doação nas próximas semanas. Além do Brasil, União Europeia e Reino Unido poderiam receber a vacina.
Ao conversar com jornalistas na quarta-feira (10), Biden disse que se o país tivesse excedente de vacinas, iria compartilhar doses com o resto do mundo. “Vamos começar garantindo que os norte-americanos sejam atendidos primeiro”, declarou.
O jornal revelou que tanto a AstraZeneca quanto a Johnson & Johnson já haviam pedido autorização dos Estados Unidos para destinar parte das doses compradas pelo país a outras nações. Os dois pedidos teriam sido negados.
A Casa Branca não respondeu ao pedido de comentário feito pela publicação.