A Casa Branca convocou o embaixador da China em Washington para condenar o comportamento “irresponsável” de Pequim sobre Taiwan, informou um funcionário americano nesta sexta-feira (5).
John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, disse que o embaixador Qin Gang foi convocado pela demonstração de poder militar da China perto de Taiwan em resposta à visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à ilha, que Pequim considera uma província rebelde.
Kirby, que classificou as ações chinesas de “provocadoras”, não especificou quem se reuniu com o embaixador.
A China anunciou hoje a suspensão de sua cooperação com os Estados Unidos em vários âmbitos, como mudança climática e defesa. Ademais, vem realizando desde ontem enormes manobras militares em torno de Taiwan, as maiores até hoje.
“Condenamos as ações militares da República Popular da China, que são irresponsáveis, contrárias a nosso objetivo de longa data de manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, disse Kirby.
“Deixamos claro para o embaixador que as ações de Pequim são motivo de preocupação para Taiwan, para nós e para nossos parceiros em todo o mundo”, acrescentou, e destacou o incômodo do G7, grupo que reúne as maiores economias industrializadas do Ocidente, e do bloco regional asiático Asean.
“Por último, deixamos claro mais uma vez, como fizemos em privado no mais alto nível e publicamente: nada mudou em nossa política de Uma só China”, disse Kirby.
O porta-voz se referia à postura dos Estados Unidos de reconhecer apenas a posição chinesa de que Taiwan é parte de China. Isso permite que as duas partes encontrem uma solução, mas se opõe a qualquer uso da força para modificar o status quo.
Pequim insiste que Taiwan é parte da China e quer uma reunificação, se necessário mediante uso da força. O atual partido governante de Taiwan, por sua vez, prometeu defender a soberania da ilha.
“Também deixamos claro que os Estados Unidos estão preparados para o que Pequim decidir fazer. Não vamos atrás nem queremos uma crise”, disse o porta-voz.
Contudo, “ao mesmo tempo, isso não vai nos dissuadir de operar nos mares e céus do Pacífico Ocidental, em conformidade com o direito internacional, como fizemos durante décadas, apoiando Taiwan e defendendo uma região do Pacífico livre e aberta”.