Os Estados Unidos acusaram a China e a Rússia nesta última quarta-feira (5) de habilitar o comportamento do líder norte-coreano Kim Jong Un, protegendo o governo de Pyongyang das tentativas de fortalecer as sanções do Conselho de Segurança da ONU impostas sobre seus programas de armas nucleares e mísseis balísticos.
“A RPDC (Coreia do Norte) desfrutou da proteção geral de dois membros deste conselho”, disse a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield. “Resumindo, dois membros permanentes do Conselho de Segurança autorizaram Kim Jong Un.”
O conselho de 15 membros se reuniu na quarta-feira depois que a Coreia do Norte, que tem armas nucleares, testou na terça-feira um míssil balístico que sobrevoou o Japão pela primeira vez em cinco anos e provocou um alerta para que os moradores de lá se protegessem.
China e Rússia não queriam uma reunião pública do conselho, argumentando que ela não seria propícia para aliviar a situação.
Após a reunião na quarta-feira, nove membros do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Reino Unido, França, Albânia, Brasil, Índia, Irlanda, Noruega e Emirados Árabes Unidos – condenaram o lançamento de mísseis da Coreia do Norte em um comunicado conjunto.
O vice-embaixador da China na ONU, Geng Shuang, disse que o Conselho de Segurança precisa desempenhar um papel construtivo “em vez de depender apenas de retórica forte ou pressão”.
“Discussões e deliberações devem contribuir para uma trégua, em vez de alimentar a escalada. Devem promover a retomada do diálogo em vez de ampliar as diferenças e forjar unidade em vez de criar divisões”, disse ele.
Em maio, a China e a Rússia vetaram um esforço liderado pelos EUA para impor mais sanções da ONU à Coreia do Norte por seus novos lançamentos de mísseis balísticos, dividindo publicamente o Conselho de Segurança da ONU pela primeira vez desde que começou a punir Pyongyang em 2006.