A concessionária da ponte Salvador-Itaparica realizou uma importante providência, o estudo completo, olhando cada detalhe de todos os aspectos ambientais e sociais dos 36 quilômetros de comprimento e mais de 400 mil quadrados na área que engloba os municípios de Itaparica (20%) e Vera Cruz (80%), conforme publicou a coluna de Levi Vasconcelos, no jornal A Tarde.
O estudo revela detalhes curiosos, diz Levi. A ilha, avistada por Américo Vespúcio em 1501, no paleolítico da colonização portuguesa, tem atualmente 130 terreiros de candomblé, mais de 10 comunidades quilombolas. E também, no lado ambiental, nada menos que 70 mil espécies de plantas catalogadas.
Oficialmente o município de Vera Cruz tem 45 mil habitantes e Itaparica 22 mil. Levi Vasconcelos faz uma ressalva: no verão a população nas duas cidades triplica e Vera Cruz para para mais de 135 mil e Itaparica para mais de 65 mil pessoas. E também os problemas, tendo na pauta principal dois, segurança e saúde. Os atrativos dos encantos geram uma demanda por serviços tão essenciais quanto precários, exatamente pelo estouro da demanda, registra o jornalista.
Os problemas de Vera Cruz e Itaparica
Quem revelou ao colunista as angústias da ilha é o prefeito de Vera Cruz, Marcus Vinicius (MDB). Ele diz que segurança é uma questão essencial lá, também cada dia mais se degenerando com os tiroteios provocados por brigas entre traficantes, um mal que contagia a Bahia de ponta a ponta, diz Levi Vasconcelos.
“Nós temos aqui uma Cia da PM para atender Itaparica, Vera Cruz e Salinas. Não dá. Já protocolamos esse pedido com farta documentação de justificativas e estamos na espera. Se a ponte vier como estamos, com certeza será pior”, reclama o prefeito Marcus Vinicius.
O gestor ressalva também que é uma vergonha a ilha ter um sistema de saúde precário, qualquer emergência, o paciente deve ser encaminhado para Salvador, quando dá, pois a maioria morre antes, dizem sites da região.
“Não temos aqui nem uma UTI. Nessas circunstâncias, a ponte vai com certeza agravar o problema cá”, desabafa o prefeito de Vera Cruz.
Meio ambiente
Cláudio Vilas Boas, o CEO da Concessionária da ponte Salvador-Itaparica, diz que do ponto de vista ambiental o foco principal da linha de desenvolvimento é a preservação.
“Na banda da pista que vai dar na praia será permitido construir, na que vai dar na contra costa, não. Essa é a ideia”, afirmou Vilas Boas.
Um obra de bilhões de reais, que como revelado pelo jornalista, mostra que falta praticamente tudo nos dois municípios, principalmente vontade das autoridades estaduais.