Em entrevista ao canal CNN neste último domingo (12), o infectologista e pesquisador da Fiocruz Julio Croda disse que o Brasil está enfrentando uma nova onda de casos de Covid-19, ligada às subvariante da Ômicron.
“A gente está vivendo uma nova onda muito associada às subvariantes da Ômicron BA.4 e BA., que são responsáveis por esse aumento no número de casos”, disse.
A alta no índice de infecções aconteceu na semana epidemiológica iniciada no dia 5 de junho e encerrada no sábado (11). Segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o período 292.068 novos casos de Covid-19 no país.
Essa foi a semana com o maior número de novas infecções pelo coronavírus desde o intervalo entre os dias 6 e 12 de março – quando foram contabilizadas 317.082 contaminações.
No entanto, o pesquisador avalia que esse aumento de casos não deve ter impacto no número de mortes.
“No geral, essa nova onda parece ter um impacto menor do que foi a Ômicron e do que foi a Gamma, entre março e abril de 2021. Estamos vivendo momento de atenção, mas muito provavelmente esse impacto vai ser menor em termos de hospitalização e óbitos”, disse.
Na semana epidemiológica encerrada no sábado foram registradas 1.077 mortes relacionadas à Covid-19.
É o maior número desde a semana entre os dias 3 e 9 de abril, quando o indicador ficou em 1.112. O pico semanal de mortes ocorreu entre 4 e 10 de abril do ano passado, com 21.141 vítimas fatais da doença.
De acordo com Croda, estamos vivendo um período sazonal de vírus respiratórios. “Esses vírus estão relacionados a um aumento específico nesse período, mas precisamos ficar atentos às novas variantes, com maior escape de resposta imune e com a perda de proteção ao longo do tempo”, disse.
O pesquisador avalia que há público expressivo entre 12 a 40 anos sem o esquema vacinal completo. “A gente tem que entender que três doses de vacina neste momento é o esquema habitual, o esquema recomendado. É importante que a população atualize as vacinas”, disse.
Até o momento, segundo levantamento da Agência CNN, menos de 2% de toda a população brasileira recebeu a segunda dose de reforço (ou quarta dose), o que representa um pouco mais de três milhões de pessoas. A 3ª reforço foi aplicada em 43% da população.