O Boletim da Manhã do site Terça Livre da última segunda-feira (11) teve foco no caso das maletas de escuta telefônicas plantadas para grampear o presidente Jair Bolsonaro. Sobre as investigações paradas em virtude de empecilhos do Supremo Tribunal Federal (STF), o jornalista Allan dos Santos repercutiu vários fatos.
“O STF está proibindo, graças a um pedido do Partido Socialista Brasileiro e o Rede Sustentabilidade, proibindo os órgãos de passarem informações para a ABIN. Polícia Federal, Ministérios, outros serviços de inteligência… Para os ministros, a ABIN não pode requisitar informações a órgãos do governo para atender interesses pessoais ou privados. Aqui é um recurso linguístico, se você tira ‘para atender interesses pessoais ou privados’, maravilhoso, não pode.”
Ainda sobre o tema, Allan dos Santos chamou a atenção para os pesos e contrapesos, elemento jurídico usado para equilibrar forças e ações dos Poderes da República (Executivo, Judiciário e Legislativo) para que nenhum deles avance para além de sua competência e não haja desequilíbrio de forças. Contudo, no Brasil atual não é isso que tem acontecido, o sistema está corrompido.
“Pera aí, cadê os pesos e contrapesos? Não existe pesos e contrapesos no Brasil. Se o Executivo precisa investigar alguma coisa que, vamos dizer, envolve alguém do Judiciário, não consegue. Tem que ter autorização do Judiciário; é a raposa cuidando do galinheiro”, completou.
O jornalista questionou, também, narrativas ecoadas pela imprensa que tentaram desqualificar suas denúncias e hoje são confirmadas pela própria mídia. Após vários meses de atraso, informações que ele já havia trazido à luz só agora são abordados na grande imprensa.
“Bem, a notícia que nós temos que te dar hoje é a seguinte: o STF está proibindo a ABIN de investigar e solicitar informações para encontrar mais detalhes sobre a existência das maletas de escuta, que foram afirmadas pelas revistas Veja e Oeste com atraso de oito meses depois da denúncia que eu fiz, foi confirmado que realmente existem petistas dentro das Forças Armadas, pessoas filiadas a partidos políticos, foi confirmado que o próprio Ministério da Justiça estava descobrindo ali o ‘movimento antifascista’… tudo isso com o dedo do STF cortando tudo. Tirem suas conclusões quem manda nesse país, se é um regime realmente republicano ou não”, questionou.