Passados quatro meses desde que a FIEB lançou relatório com estimativas sobre os impactos da pandemia nas atividades econômicas, a Gerência de Estudos Técnicos acaba de publicar um novo documento, atualizando as previsões. A estimativa é de queda de 7,2% (ou R$ 22 bilhões) para o PIB da Bahia, considerando que o auge da pandemia já passou e haverá uma recuperação lenta da economia.
“Esse estudo não pretende exaurir o tema e deve ser reavaliado constantemente. Assim, espera-se que ele possa contribuir no combate aos efeitos econômicos da epidemia do coronavírus na Bahia”, explica o superintendente da FIEB, Vladson Menezes, lembrando que a análise está baseada em dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI/SEPLAN-BA) e do IBGE, além de projeções das consultorias Datamérica e Focus.
Pelo relatório, é possível verificar os efeitos da suspensão de atividades na indústria baiana a partir de abril. Comparando-se o quarto mês de 2020 com o de 2019, verifica-se queda de 26,2% da Indústria de Transformação e Extrativa. A produção de automóveis parou e a de Plásticos e Borracha, que se caracteriza na Bahia pela produção de pneus, teve queda de 70,8%. Foram registradas quedas expressivas também nos segmentos produtores de bens de consumo final de Calçados (-69,9%) e de Bebidas (-57%). O resultado do bimestre abril-maio de 2020 apresentou queda de 23,4% na comparação com igual período de 2019.
O estudo cita a situação da Construção Civil, estimando que o setor será, dentre as atividades industriais, uma das mais impactadas pela paralisação, tendo em vista que o processo de investimento é mais lento. No entanto, considerando os juros baixos e possibilidade de melhora no ambiente da economia, a recuperação deve ser constante a partir do final de 3º trimestre. Assim, calcula-se que a queda neste segmento seja de 6,1%.
Em relação ao setor de Serviços, que participa com 69,2% do PIB da Bahia, o relatório aponta que este foi fortemente impactado. No acumulado do ano até maio, a queda alcança 11,1%. Os subsegmentos do Comércio que somam maiores perdas no período são: Tecidos, Vestuário e Calçados (-38,6%), Livro, Jornais, Revistas e Papelaria (-38,3%) e Equipamentos de Escritório, Informática e Comunicação (-29,9%).