A Petrobras deve receber em 10 de dezembro propostas vinculantes por sua refinaria no Rio Grande do Sul, a Refap, com o conglomerado indiano Essar Group e as empresas locais Raízen e Ultrapar Participações entre os potenciais interessados, disseram pessoas envolvidas nas negociações.
Todas as três empresas foram pré-qualificadas para a fase vinculante do processo de venda da Refap, também conhecida como Alberto Pasqualini, disseram as fontes, que falaram sob a condição de anonimato porque os detalhes são confidenciais.
A Petrobras também receberá ofertas vinculantes no mesmo dia por sua refinaria no Paraná, a Repar, ou Presidente Getulio Vargas, como parte de uma nova rodada de lances pelo ativo. Em setembro, tanto a Raízen quanto a Ultrapar apresentaram propostas similares em valores.
A Petrobras, Raízen e Ultra recusaram-se a comentar. A Essar não retornou imediatamente um pedido de comentários.
Os processos de venda das refinarias são parte do plano da Petrobras de encerrar seu quase monopólio em refino no Brasil e abrir para competidores privados um dos maiores mercados de combustíveis do mundo.
Nove unidades de refino foram colocadas à venda, ou cerca de metade da capacidade de refino do Brasil.
A busca de ofertas pelas duas refinarias no mesmo dia é uma mudança de estratégia da Petrobras com o objetivo de aumentar a competição pelos ativos e potencialmente obter propostas maiores.
Tanto a Refap quanto a Repar estão localizadas na região Sul do Brasil e possuem capacidade de produção de cerca de 200 mil barris por dia cada, ou cerca de 18% da capacidade de refino do país.
Segundo regras para preservação da concorrência, as unidades não poderão ser compradas pela mesma empresa após o desinvestimento da estatal.
A mais recente tentativa da Petrobras de privatizar suas refinarias sofreu longas pausas, com os desinvestimentos sendo questionados na Justiça e a demanda internacional por combustíveis e os preços do petróleo desabando em meio à crise da pandemia de coronavírus.
Em andamento
Nesta semana, a Petrobras também receberá propostas por sua refinaria de Lubnor, no Nordeste, com uma capacidade de processamento de 8 mil barris de petróleo por dia.
No momento, a estatal também está em negociações exclusivas com o fundo Mudabala Investment, de Abu Dhabi, para a venda de sua segunda maior refinaria, conhecida como Rlam.
A Essar também apresentou uma oferta pela Rlam e pode reiniciar negociações com a Petrobras caso seja aberta uma nova rodada de propostas.
A Petrobras disse no mês passado que recebeu ofertas vinculantes pela refinaria Reman, em Manaus (AM).