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Pamela, Marcelo e os filhos Helena, de 6 anos, e Pedro de 40 dias em foto cedida pela família. A coluna optou por preservar a imagem das crianças Pamela, Marcelo e os filhos Helena, de 6 anos, e Pedro de 40 dias em foto cedida pela família. A coluna optou por preservar a imagem das crianças | Foto: Arquivo pessoal
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segunda-feira 11 de julho de 2022 às 04:49h

‘Essa pessoa destruiu a minha família, a vida da gente’, diz esposa de petista assassinado

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Esposa do policial municipal Marcelo Arruda, assassinado na madrugada de domingo (10) por um bolsonarista, Pamela Suellen Silva falou com a coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, sobre tragédia que vivenciou ao ver o marido ser alvejado durante sua própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu (PR). Extremamente emocionada, Pamela, que é investigadora da Polícia Civil, relatou que o assassino José da Rocha Guaranho entrou no local com o objetivo de “matar as pessoas da festa” e que isso fez seu companheiro revidar os tiros. Nenhum dos dois sobreviveu. Marcelo deixa dois filhos com Pâmela, Pedro, com apenas 40 dias, e Helena, de seis anos.

— No fim da festa essa pessoa que ninguém conhecia apareceu num carro branco. Ele abriu o vidro e gritou: ‘Fora PT, Lula ladrão, Bolsonaro mito’. Marcelo foi até ele pedir que fosse embora e ele sacou uma arma e apontou para o Marcelo. A mulher dele estava dentro do carro com uma criança e pediu pelo amor de Deus para ele ir embora. Ele foi, mas disse que voltaria — contou.

Pamela relata que achou que Guaranho não voltaria. Por isso, ela não foi buscar a arma que tinha no carro, por ser policial. Já Marcelo levou a ameaça mais a sério e trouxe a arma que usava como policial municipal.

— Quando ele retornou eu disse: ‘Vai embora cara, polícia’, mostrando que somo policiais. Mas ele começou a atirar a esmo, foi com intuito de matar as pessoas da festa. Aí Marcelo revidou. Um tiro atingiu a perna do Marcelo e o assassino chegou muito perto para executá-lo. Marcelo estava caído no chão. Foi horrível, horrível, uma cena de horror. Corri no carro para pegar minha arma e quando cheguei, Marcelo já estava no chão e o homem, também. Ele atirou no salão de festas onde tinham crianças, bebê. A bala quebrou o vidro do salão de festas e um pai se jogou pra proteger seu bebê — conta.

Pamela conta que a temática do PT para a festa de 50 ano foi uma brincadeira feita por amigos e familiares a pedido do marido, que era militante do partido, foi candidato a vereador pela legenda e também a vice-prefeito de Foz em 2020.

A esposa descreve Marcelo como “excelente pai, prestativo, atencioso, alegre e sempre de bom humor”, além de “politicamente ativo”, tanto em relação ao PT quanto sobre questões sindicais, já que ele integrava a executiva do Sindicado dos Servidores Municiais de Foz de Iguaçu.

Pamela relata que a violência política vinha chamando cada vez mais a atenção do companheiro, que falava que o cenário estava ficando mais perigoso.

— Ele sempre foi atento a isso, ainda mais nos últimos anos. Estava preocupado. A gente conversava em casa e ele falava a gente tínhamos que cuidar muito disso, que estava ficando cada vez pior — relatou.

Assista ao vídeo (Cenas fortes):

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