Em entrevista à CNN, o coordenador do núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Francisco Borba, afirmou que a carta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) direcionada ao público evangélico “chegou tarde”.
A avaliação do especialista entende que o documento não terá impacto entre o público que já tem valores bem estabelecidos.
– Eu acho que a carta do PT chegou muito tarde para uma grande mudança no cenário. Ela estanca uma sangria que estaria sangrando cada vez mais se não fosse essa carta, mas ela não vai fazer grandes mudanças – disse Borba.
O especialista também entende que o conteúdo do texto pode trazer “certo sentimento de desconfiança” dentro da comunidade evangélica.
– Quando a carta passa a ser para os evangélicos, ela cria um certo sentimento de desconfiança do eleitor. O Estado é laico, mas o povo não é ateu ou agnóstico. O povo tem valores religiosos – completou.
A carta para os evangélicos é a segunda tentativa do Partido dos Trabalhadores de reduzir a rejeição dos eleitores ao candidato à Presidência. No primeiro turno, um folheto foi distribuído com foco nos religiosos para atrair votos.