Os especialistas da OMS (Organização Mundial da Saúde) encarregados de investigar a origem do novo SARS-Cov-2 visitaram neste sábado (30), em Wuhan, o hospital Jinyintan, o primeiro a receber e tratar pacientes com sintomas da Covid-19, em dezembro de 2019.
A quarentena da equipe da OMS terminou há dois dias e seus representantes agora podem circular mais livremente pela cidade. Foi no hospital de Jinyintan, no final do ano passado, que os médicos chinese recolheram as primeiras amostras dos pacientes contaminados por uma pneumonia não-identificada.
“Esta é uma oportunidade importante para falar diretamente com os especialistass que acompanharam o caso na época. Foi um momento crítico na luta contra a Covid-19”, escreveu Peter Daszak, membro da equipe, no Twitter.
Os especialistas do hospital não falaram com os jornalistas depois da visita. A imprensa foi proibida de conversar com a equipe da organização desde que o grupo deixou o hotel onde estava isolado, na quinta-feira (28).
Marion Koopmans, uma das especialistas da OMS, também publicou uma mensagem no Twitter, dizendo que as histórias ouvidas no setor de doenças infecciosas do hospital “são bastante similares às que ouvimos dos nossos médicos nas unidades de terapia intensiva.”
Contexto sanitário
A missão da OMS ocorre em um contexto delicado. A China demorou a autorizar a vinda dos especialistas e a Organização Mundial da Saúde questionou a capacidade de um acesso sem restrições aos hospitais. Os Estados Unidos também acusaram a China de ter dissimulado, no início, a gravidade da crise sanitária.
Nesta sexta-feira (29), a equipe da OMS declarou que os especialistas fariam somente visitas organizadas pelo governo chinês e não teriam contato com os habitantes por conta das restrições sanitárias.
O itinerário do grupo não foi anunciado, mas a equipe deve visitar o mercado de frutos do mar, onde a epidemia teria surgido, e o Instituto de Virologia de Wuhan. A hipótese de que o vírus poderia ter “escapado” de um laboratório do governo chinês é rejeitada pelo país.
O governo chinês defende a ideia de que o vírus já existia antes da descoberta em Wuhan e teria sido encontrado em embalagens de alimentos congelados importados. As publicações científicas afirmam que o SARS-Cov-2 circula na Europa desde 2019.