domingo 15 de dezembro de 2024
Entrevista Exclusiva - Celso Sabino, Ministro do Turismo — Foto: Brenno Carvalho/O Globo
Home / NOTÍCIAS / Entrevista: O União Brasil vai pedir mais espaço no governo, diz Celso Sabino sobre Elmar ser ministro
domingo 15 de dezembro de 2024 às 10:10h

Entrevista: O União Brasil vai pedir mais espaço no governo, diz Celso Sabino sobre Elmar ser ministro

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Um dos nomes do governo com mais trânsito no Congresso, o ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou em entrevista a Alice Cravo, do jornal O Globo, que a pressão dos partidos por mais espaço no governo é “constante”, mas que tende a aumentar após a eleição para as presidências das duas Casas. Deputado licenciado do União Brasil, Sabino afirma que defenderá o nome do líder de seu partido na Câmara, o deputado federal pela Bahia Elmar Nascimento (União Brasil), como ministro. O parlamentar foi preterido pelo PT na disputa pela presidência da Casa e pleiteia um cargo na gestão desde o começo do mandato.

Haverá uma reforma ministerial após as eleições na Câmara e no Senado?

Vai ter mudança nas presidências do Senado e da Câmara. Nesses momentos há um aumento na disputa por espaço no governo.

O União Brasil vai pedir mais espaço no governo, principalmente após o apoio do PT ao Hugo Motta?

O União vai, como o PSD, o MDB.

Acredita que Elmar Nascimento, preterido na disputa da Câmara, pode virar ministro? O senhor defenderia essa indicação?

Acho que o deputado Elmar é uma grande liderança no Congresso, um grande articulador político, e um ativo que nenhum governo deveria se dar ao luxo de desprezar. Vou defender essa ideia, é o meu posicionamento.

Qual ministério teria espaço para ele?

Não tenho a menor ideia, isso é o presidente Lula que decide.

Então Embratur e ministérios voltam para a mesa de negociação do União com o governo?

Todos os ministérios, quem escolhe, quem nomeia, quem exonera é o presidente Lula. E assim como as empresas. São espaços que o partido tem oportunidade de mostrar eficiência. É claro que, durante todos os dias do governo, há essa busca por espaço. Mas, sobretudo, porque vivemos em um governo de coalizão.

O governo está novamente em uma situação complicada no Congresso, com o pacote econômico travado em razão das emendas. Como o governo trabalha para desatar o nó?

Eu converso todos os dias sobre isso. Semana passada teve um dia que atendi 48 deputados em um só dia.

Na semana passada o União chegou a fazer um suspense na hora de assinar o requerimento de urgência. O senhor tem conversado com o partido e outras legendas para tentar contornar essa situação?

Eu converso com eles, mas isso depende menos da relação com cada partido e mais com o quesito de emendas.

Acredita que o impasse pode trazer ainda mais reflexo negativo para o governo?

Eu acho que isso vai ser resolvido, não vai ter reflexo negativo. A participação do Parlamento na execução orçamentária está definida. Eu acho que vai ser muito difícil retroceder. É só encontrar o caminho para que deputados e senadores possam estar entregando obras em seus estados.

Há uma expectativa sobre a ida de Pablo Marçal para o União. O que o senhor acha disso? Não seria desconfortável para o governo?

Nunca vi isso no partido, nunca foi trazido isso para a Executiva, nunca me pediram opinião, nunca vi nada em relação a isso. Acredito que o partido vai caminhar com o presidente Lula na eleição de 2026. Uma boa parte do partido defende essa ideia. Eu acho que, até lá, vamos chegar no consenso ou ampla maioria construída em prol do projeto que tem transformado o Brasil.

Então, o senhor seria contrário a entrada do Marçal?

Se me for trazido à mesa, sim. Sou.

O senhor faz conversas para tentar votar ainda este ano a liberação de cassinos, bingos e jogo do bicho?

Eu acho uma incongruência que a gente possa ter jogos on-line, com plataformas que funcionam em outros países, que não geram emprego no país, e que a gente não possa ter um complexo com uma estrutura que vai empregar 10 mil pessoas. Defendo essa ideia, acredito que tem maioria no Senado, mas uma minoria contrária conseguiu falar mais alto e tirou o projeto de pauta. Espero que, o mais breve possível, seja aprovado. Se não este ano, ano que vem, até fevereiro, antes do carnaval. Eu dialogo quase todos os dias para conseguir isso.

Recentemente foi noticiado que o TCU apontou indícios de “uma série de irregularidades” ao analisar uma denúncia contra a Embratur envolvendo a contratação de 30 funcionários, que foram apontados como “fantasmas”. O Ministério do Turismo tomou alguma providência?

Nós não fomos notificados pela denúncia anônima, e pelo que eu li foi encaminhado ao TCU, que estaria elaborando um relatório técnico. Não fomos sequer notificados. Eu só sei porque eu li. Eu apostaria que essa denúncia anônima veio de pessoas insatisfeitas porque foram demitidas, dentro desse grupo que tem sido substituído desde o começo da gestão. Não temos compromisso com erro. Qualquer que seja a pessoa, filiada ao partido ou não, se não estiver entregando resultado nós não vamos defender.

Entre as pessoas listadas na denúncia, três têm ligação com o senhor: Ana Paula Uchoa e Debora Carvalho, demitidas, e Marcelo Cebolão. Todos lotados no Pará. O senhor fez essas indicações?

Dentro do governo do presidente Lula nossa articulação institucional e política atribui a partidos a responsabilidade sobre algumas áreas. É natural que um partido, quando assume uma pasta, tenha sua participação, até porque tem responsabilidade técnica e de resultado, e para isso precisa participar dessa política. Então é natural que um partido como o União Brasil faça indicações nas áreas que estão sob a sua alçada.

Então, foi indicação?

Do partido.

A denúncia fala que os funcionários não são vistos na Embratur.

A pessoa não é vista porque está em teletrabalho. Isso é normal e a pessoa está sujeita a avaliação de desemprenho. Essas pessoas têm relatórios avaliados tecnicamente. E se não tiver a contento a gente remove, mesmo filiada a partido A, B ou C. Faz parte desse processo.

Belém é palco da COP e passa por problemas de saneamento básico, poluição de rios. Não é incômodo para o governo receber o maior evento climático do mundo com essas condições?

Estamos gastando em Belém mais de R$ 4 bilhões em obras que vão desde infraestrutura sanitária, saneamento básico, obras de infraestrutura viária, espaços de convivência. As obras que estão sendo feitas pretendem entregar a cidade pronta na COP, com saneamento, estrutura viária, transporte, com tudo o que o poder público pode oferecer para melhorar o evento.

Mas é possível resolver tudo até novembro?

Está no plano e estamos com todos os cronogramas em dia.

E o problema da rede hoteleira?

Depende mais da iniciativa privada. Mas tudo o que o poder público pode fazer, está fazendo. Cedemos ao governo do estado grandes áreas federais para serem transformadas em estabelecimentos de hospedagem. Na área do porto um grupo está fazendo obras para erguer um hotel. Estamos com a expectativa de ter um pequeno complexo hoteleiro perto do aeroporto. E tem também a possibilidade de aportar dois grandes navios para hospedagem.

Veja também

Congressistas são a favor de ‘abater’ luzes misteriosas que sobrevoam Nova Jersey; imprensa ainda sem respostas

O mistério continua no ar após quase um mês de avistamentos de drones sobre Nova Jersey, nos Estados …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!