Segundo a coluna de Bernardo Mello, no O Globo, esse é um roteiro que envolve traições, guinadas políticas e trocas de farpas. A eleição ao governo de Alagoas expôs o acirramento da disputa entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o senador Renan Calheiros (MDB) por protagonismo eleitoral no estado e força no Congresso. Enquanto Lira foi o deputado federal alagoano mais votado, com mais de 200 mil votos, o ex-governador Renan Filho (MDB) elegeu-se ao Senado, onde fará dobradinha com o pai. No segundo turno da corrida estadual, os dois clãs mobilizaram novos e velhos aliados na tentativa de fortalecer as candidaturas do atual governador Paulo Dantas (MDB), aliado de Renan, e do senador Rodrigo Cunha (União), que concorre com apoio de Lira.
O clima bélico da eleição estadual, que teve seu ápice numa operação da Polícia Federal, nesta terça-feira, que afastou Dantas do governo pelo prazo de 180 dias, já vinha transparecendo numa rede intrincada de alianças montada por Lira e Renan. A campanha do aliado de Lira, por exemplo, veiculou depoimentos do pai de Dantas, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Luiz Dantas, nos quais acusa o filho de envolvimento em desvio de verbas. No início do ano, Renan atraiu o apoio do atual presidente da assembleia, Marcelo Victor (MDB), antigo aliado de Lira e oponente de Luiz Dantas, e que havia se tornado um dos principais articuladores da candidatura do atual governador.
A disputa envolve ainda mudanças de lado de vices e uma queda de braço envolvendo a atuação da Polícia Federal e titulares da secretaria estadual de Segurança Pública. Entenda no infográfico abaixo: