O livro “Amor, Dinheiro e Parentalidade”, publicado pela Princeton University Press, destaca o papel crucial da criação dos filhos no seu desenvolvimento. Ainda não traduzido para o português, o livro ressalta a relevância dos fatores ambientais, como a criação parental, para o sucesso acadêmico e profissional das crianças.
A obra, escrita por Zilibotti, Matthias Doepke e outros pesquisadores, explora três estilos de criação dos filhos: permissivo, autoritativo e autoritário. O estilo autoritativo, que inclui os chamados “pais helicóptero”, é marcado pela proteção excessiva e interferência nas decisões dos filhos. Segundo a publicação, essa abordagem pode restringir a autonomia das crianças e sua habilidade de lidar com desafios de forma autônoma.
Com informações da Revista Oeste, o livro também discute a influência da tecnologia e da inteligência artificial na criação dos filhos e nas escolhas profissionais. Os autores argumentam que a revolução da IA pode levar os pais a valorizar mais a criatividade e a independência, incentivando as crianças a seguir suas vocações naturais.
Além disso, o livro alerta para o perigo do excesso de atividades acadêmicas e esportivas organizadas pelos pais, que pode prejudicar a independência das crianças. Fabrizio Zilibotti, um dos autores, mencionou em uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a inteligência artificial poderá alterar essa dinâmica, substituindo ocupações e habilidades técnicas.
Ele sugere que “os pais podem perceber que sufocar a independência de seus filhos não está os ajudando a serem criativos, e que as crianças podem seguir suas vocações naturais”.
O livro apresenta dados de vários países, mostrando que o envolvimento dos pais na vida dos filhos triplicou nas últimas décadas. Isso se reflete no tempo dedicado a ajudar com as lições de casa e nos cuidados com os filhos.
Zilibotti argumenta que o aumento da desigualdade global levou as famílias a superprotegerem e exigirem mais desempenho das crianças. Em ambientes competitivos, o sucesso educacional tornou-se vital para o futuro econômico e social, levando os pais a pressionarem mais os filhos.