As exportações brasileiras de café cresceram 46,9% em 2022, batendo recorde de receita ao atingir US$ 9,233 bilhões. O País embarcou até o mês de dezembro 39,350 milhões de sacas de 60 quilos, 3,1% a menos que em 2021, de acordo com levantamento feito pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Com essa receita, o café agora respondeu por 2,8% das exportações totais do Brasil em 2022 e 5,8% das exportações do agronegócio brasileiro. As informações são de Anna França.
Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, a receita recorde é uma soma de dois fatores importantes, as cotações mais altas do produto e a taxa de câmbio favorável. “O dólar comercial se manteve acima de R$ 5 ao longo de quase todo o ano, bem como as cotações do café ficaram em níveis satisfatórios. Assim, o preço médio da saca, de US$ 234,64, foi o maior nos últimos cinco anos, ficando 52% acima do ano anterior”, afirmou. A queda no volume, segundo ele, se deve aos gargalos logísticos no comércio marítimo mundial, além dos impactos dos conflitos geopolíticos. A indústria local também comprou mais café, tanto robusta como conilon para fazer blends.
“Os entraves logísticos vêm diminuindo de forma gradativa, mas ainda estamos distantes da normalidade, enfrentando falta de contêineres e custos elevados”. Entre os 10 principais destinos dos cafés do Brasil no ano retrasado, apenas o Japão não apresentou crescimento, o que demonstra que os grandes consumidores globais seguem buscando, no maior produtor e exportador global, a qualidade e a diversidade de cafés. Os Estados Unidos lideram a lista dos maiores destinos do produto em 2022, com a importação de 20,3%, totalizando 7,985 milhões de sacas, 2,1% acima do volume adquirido em 2021. A Alemanha vem na sequência com 17,4%, o equivalente a 6,844 milhões de sacas, 4,2% a mais. Itália ficou com 8,5% do total, com 3,355 milhões, alta de 13,7%; Bélgica ficou com 7,4%, ou 2,921 milhões de sacas, alta de 2,7%, e o Japão, com 4,8% do total, comprou 2,873 milhões de sacas, 25,5% a menos.
Dessa forma, no acumulado dos seis primeiros meses da safra 2022/23, os embarques nacionais alcançaram 19,341 milhões de sacas e renderam US$ 4,576 bilhões ao País, registrando declínio de 1,7% em volume, mas incremento de 31,5% em receita. Esses resultados foram alcançados com os 3,195 milhões de sacas remetidos ao exterior em dezembro, que geraram US$ 707 milhões – recuos de 17,9% em volume e de 11,8% em receita frente ao mesmo mês do ano retrasado.