Ao comentar a saída de Cuba do programa Mais Médicos, o presidente eleito Jair Bolsonaro tem criticado as condições de contratação dos profissionais. Segundo o militar da reserva, seria praticamente uma escravidão.
“O que temos ouvido de muitos relatos são verdadeiras barbaridades. Queremos o salário integral e o direito de trazer as famílias para cá. Isso é pedir muito? Está nas nossas leis”, disse o político em pronunciamento na manhã desta sexta-feira (16) no Rio de Janeiro.
Cuba anunciou na última quarta-feira (14) sua retirada da parceria com o Brasil. Em nota oficial o país disse que a decisão foi motivada por mudanças no programa anunciadas pelo presidente eleito.
Ministério da Saúde esclareceu como é feito o pagamento dos médicos cubanos que integram o programa. Segundo o governo federal, os profissionais recebem uma “bolsa-formação” hoje fixada em R$ 11,8 mil.
Além disso, recebem uma ajuda de custo inicial de R$ 10 mil a R$ 30 mil para o deslocamento para o município de atuação. A Saúde informa ainda que todos os médicos têm moradia e alimentação custeadas pelas prefeituras.
O ministério afirma que os contratos são gerenciados pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Assim, o Ministério da Saúde faz o pagamento das bolsas diretamente para a Opas, que faz o repasse a Cuba.
Desde 2017 o governo federal brasileiro passou a reajustar o valor da bolsa anualmente aos médicos participantes, e concedeu, também, um acréscimo de 10% nos auxílios moradia e alimentação de profissionais alocados em distritos indígenas.
Por Ana Krüger