A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria Geral da República (PGR) divergiram na última semana sobre o andamento de investigações de parlamentares dentro do inquérito que apura segundo o G1 as responsabilidades sobre atos antidemocráticos promovidos no ano passado por militantes bolsonaristas.
Na sexta-feira (4), a PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para arquivar a investigação que apura a participação de parlamentares bolsonaristas no financiamento e na organização desses atos.
O pedido da PGR afirma que as investigações da PF não conseguiram apontar a participação dos deputados e senadores nos supostos crimes investigados.
Um relatório da Polícia Federal diz que o órgão defendeu junto à PGR o aprofundamento das investigações mesmo diante de “lacunas”, e indicou novas linhas de apuração, mas, segundo a PF, a PGR nada fez.
A decisão sobre o arquivamento caberá ao relator do inquérito no Supremo, ministro Alexandre de Moraes. Ele não tem prazo para dar uma decisão.
O que o inquérito investiga?
As investigações dos atos antidemocráticos apuram o financiamento e a organização de manifestações realizadas no ano passado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro cujas palavras de ordem eram reivindicações inconstitucionais — fechamento do Supremo e do Congresso e reedição do AI-5, ato mais repressivo da ditadura militar.
O próprio presidente Jair Bolsonaro discursou em um dos protestos, em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília. Bolsonaro, no entanto, não está entre os alvos definidos pela PGR.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu a abertura da investigação em 21 de abril do ano passado (vídeo abaixo), dois dias após manifestações realizadas em todo o país — o ministro Alexandre de Moraes autorizou.